Na sessão que, com muito gosto, dinamizei em Penacova, uma colega interpelou-me acerca do facto de ter encontrado a informação de que se pode escrever cor-de-rosa e cor de rosa.
Efetivamente, consoante as fontes, a regra varia: para uns, tem de ser cor de rosa; para outros, cor-de-rosa; e ainda há os que defendem que se pode optar por escrever com ou sem hífen, estando ambas as grafias corretas.
Vejamos o que diz o texto do Acordo na Base XV, ponto 6:
"Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen,
salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de
água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia,
ao deus-dará, à queima-roupa)."
Se a fonte direta refere, preto no branco, cor-de-rosa como exceção, para quê complicar o assunto?
Claro que o ideal seria eliminar as exceções, mas enquanto tal não acontecer, sigo o texto do AO: DEVEMOS ESCREVER COR-DE-ROSA!
Sonhos cor-de-rosa para todos!
ProfAP
P.s.: O Portal da Língua Portuguesa, cuja consulta aconselho sempre, também regista a locução com e sem hífen... Tal perspetiva derivaria do facto de em todos os outros casos o paradigma "cor de" não ter hífen. Mas é por isso que é uma exceção!
Por outro lado, o Portal também se equivoca em relação ao cor de vinho, quando dá a informação de que antes levava hífen:
Ortografia Antiga
(1945) |
Ortografia Antiga
(1943)
|
Ortografia Nova
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Notas
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cor-de-vinho
|
cor-de-vinho
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cor de vinho
|
Recuemos então à norma de 1945 (Base 28):
"Estão assim em condições iguais às de todas as locuções do vocabulário comum, as
quais (..)inteiramente dispensam este sinal,
como se pode ver em exemplos de várias espécies: (...)
b) locuções adjectivas: cor de açafrão, cor de café com leite,
cor de vinho (casos diferentes de cor-de-rosa, que não é locução, mas verdadeiro
composto, por se ter tornado unidade semântica);"
Conlusão: cor de vinho já não levava hífen!
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