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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

sobre-endividamento OU sobreendividamento?


Interessante e diversificada a história do prefixo sobre. Como vamos ver, Portugal e Brasil seguiam regras diferentes.

FO43 – BRASIL
sobreendividamento
Havia hífen com o prefixo sobre, quando seguido de palavras iniciadas por h, r ou s: anti-higiênico, arqui-rabino, sobre-saia, etc.
AO45 – PORTUGAL
sobreendividamento
Havia hífen com sobre antes de h. Em todos os outros casos, havia aglutinação ao elemento imediato, mesmo que este começasse por r ou s, duplicando-se tais letras: sobre-humano, sobrenome, sobrerroda, sobressaturar, etc.
AO90
sobre-endividamento
Segue-se com sobre a nova regra geral: só há hífen quando o segundo elemento começa por h ou pela mesma letra com que termina o prefixo (neste caso, e): sobre-humano, sobre-eminente, sobre-emissão, sobre-endividar, etc.

CONCLUSÃO:
Com o AO90, passámos a escrever sobre-endividamento!

Abraço.

ProfAP

Imagem encontrada AQUI.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

frente-a-frente OU frente a frente?

Para as televisões portuguesas, a grafia certa é frente-a-frente...

O Novo Acordo quis simplificar e sistematizar as regras do uso do hífen. Considerando as inconsistências (como o tratamento do prefixo sub-), complicações desnecessárias (como no caso dos pontos cardeais) e exceções que em nada simplificam (como em cor-de-rosa, embora seja um quiproquó que vem do AO45), o objetivo não foi cabalmente atingido.

O caso de hoje é uma locução, domínio onde mais alterações foram introduzidas pelo AO 90.
Segundo a Base XV, nº 6, “Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).
Bastava eliminar as exceções para termos uma regra efetivamente simples e fácil de aplicar. Um problema que advém destas mesmas exceções é quando se diz “como é o caso de”. Ou seja, aqueles infelizes sete casos são exemplos. Então há mais exceções? Quais? Aparentemente ninguém sabe responder…
Embora o princípio não esteja enunciado no texto do AO, a linguista Margarita Correia entende que nunca há hífen nas locuções do tipo nome+preposição+nome.
Assim sendo, as televisões deveriam escrever frente na frente, uma vez que adotaram o AO90.

CONCLUSÃO:
PORTUGAL e BRASIL
frente a frente

Nota: A grafia anterior ao AO90 era frente-a-frente.
 DICA: Em caso de dúvida, não use hífen nas locuções.

Abraço.

ProfAP