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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

.AO: um homem que mordeu o cão (Carlos Reis).

Acordo Ortográfico: um homem mordeu um cão

Carlos Reis
«O Brasil decidiu prolongar por algum tempo o período de transição para a vigência obrigatória do AO, mas manteve-o em vigor. Só isso. O que lemos  em artigos  inflamados [na imprensa portuguesa]? Que o Brasil suspendeu, recuou, cancelou e outras coisas semelhantes. Isto é sério?» As interrogações do professor universitário Carlos Reis, num artigo publicado no semanário Expresso de 9 de fevereiro de 2013.
Não cabe aqui o meu  espanto por ver reacesa [em Portugal] a querela do Acordo Ortográfico (AO). Aumenta esse espanto quando pessoas que estimo e intelectualmente respeito enfileiram numa fúria contestatária baseada em argumentos  parciais, desinformados e não raro tendenciosos.
 
Leio o artigo completo no Ciberdúvidas (AQUI).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

.AO: os números não mentem! (Jorge Candeias)

Já tinha aqui feito referência a Jorge Candeias e à sua resposta ao estudo de Regina Rocha ("A falsa unidade ortográfica"). Transcrevo do Ciberdúvidas de hoje o artigo publicado no "Público". A polémica promete continuar...
 
 

Para mal dos pecados de alguns, os números não mentem

Jorge Candeias

 

Com o Acordo Ortográfico, aumentou o número de palavras que se escrevem de forma diferente, sustentava Maria Regina Rocha, em "A falsa unidade ortográfica". Número rebatido por Jorge Candeias em artigo saído em 25 de fevereiro de 2013 no jornal “Público”, onde afirma: «A convergência bate a divergência com uma vantagem de mais de cinco para um. E à tão badalada “cedência ao Brasil” corresponde uma “cedência a Portugal” ligeiramente mais numerosa». Segue-se o texto, transcrito na íntegra.

 

A regra mais básica para quem quer discutir as coisas com um mínimo de seriedade é não falsificar dados. Logo a seguir na escala das regras indispensáveis vem esta: não selecionar os dados que convém, fingindo que os outros não existem. Vem isto a propósito de (…) Maria Regina Rocha, (…) consultora do Ciberdúvidas e que terá feito um "estudo", publicado no “Público” [“A falsa unidade ortográfica”] e muito publicitado pelos opositores à modernização ortográfica, onde pretensamente "prova" que a unificação ortográfica, longe de unificar a ortografia, aumenta a divergência.

 

Segundo ela própria afirma, chegou a tal fantástico resultado pegando nas tabelas do Vocabulário da Mudança e contando, manualmente, os casos em que a grafia converge ou diverge. Não todos, note-se. Só aqueles que, segundo ela, não são em número "residual" ou não afetam principalmente a grafia brasileira. Está logo aí violada a segunda regra indispensável de que falo acima. Mas adiante.

 

Pondo de parte que a unificação ortográfica de que se fala e se pretende seja passar a haver um único documento a definir a ortografia do português no lugar dos dois atualmente existentes, para o que os detalhes da mudança são pouco mais que irrelevantes, o facto de MRR começar por violar as regras básicas de qualquer estudo intelectualmente honesto deixou-me desconfiado dos números que apresenta. Portanto fui verificá-los, tratando eu próprio os dados.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

.Academia Brasileira lamenta adiamento do AO...

Imagem encontrada AQUI.

Na linha seguida neste espaço de divulgar diferentes opiniões e posições sobre o AO e os acidentes de percurso que têm condicionado a sua aplicação plena, divulgo hoje um texto da Academia Brasileira de Letras sobre o prolongamento do período de transição até 31 de dezembro de 2015.

ABL divulga nota lamentando o adiamento da definitiva entrada em vigor do Acordo Ortográfico
A Diretoria da ABL, em sua primeira reunião deste ano, divulgou no dia 23 de janeiro, nota lamentando a decisão e afirmando que, nos primeiros dias de 2013, tão logo a obrigatoriedade da unificação ortográfica passasse a vigorar plenamente,  iria desenvolver um amplo movimento para que o idioma  fosse  adotado como língua de trabalho oficial na Organização das Nações Unidas (ONU).
 Ainda segundo a nota, não haveria mais desculpas para que os fóruns oficiais de política exterior continuassem a passar ao largo de um idioma de mais de 260 milhões de falantes, a pretexto das discrepâncias de grafia entre os países que compõem seu universo. “Consequência lógica da simplificação da escrita consagrada no Acordo seria o reconhecimento da crescente importância da lusofonia no cenário internacional e o coroamento natural de um longo processo, amadurecido sem qualquer açodamento”, afirma o documento. E prossegue: “Houve bastante tempo e oportunidade para que os descontentes se manifestassem. É uma pena que tenham deixado para forçar um adiamento unilateral nas últimas horas do prazo”.
A nota na íntegra:

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

.Há diferenças entre Brasil e Portugal na aplicação do AO? Há!

Imagem encontrada AQUI.
No passado dia 14/2, deixei este comentário após uma notícia sobre o AO:
"E, se não for pedir muito, que o Portal da Língua Portuguesa e a Academia Brasileira de Letras se ponham de acordo em relação à interpretação das regras e ponham termo às divergências que encontramos nos respetivos vocabulários."
Hoje, um comentador anónimo questionou-me: “Há divergências entre os vocabulários?! Que divergências?

Divergências será talvez um termo muito forte, mas há, sem dúvida, diferenças (que considero significativas), entre o VOP (Vocabulário Ortográfico do Português – Portal da Língua Portuguesa) e o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – Academia Brasileira de Letras). Em termos globais, a diferença é clara no número de entradas: 211000 no VOP e 381000 no VOLP. 
1. Na regra relativa à hifenização das espécies botânicas e zoológicas, as entradas do VOP são muitíssimo reduzidas, sobretudo se as comparamos com as listas aprofundadas que o VOLP da Academia Brasileira apresenta.
2. Também a eliminação de hífenes na generalidade das locuções não é operacionalizada da mesma forma pelos dois vocabulários. Enquanto a Academia do Brasil aplica à letra o texto do Acordo, o Portal faz, na minha opinião, uma leitura “criativa” à revelia do espírito simplificador que parece estar na base da nova regra.
Passemos aos factos. Os exemplos não são exaustivos, mas mostram as diferenças que referi no início desta mensagem.

A. Base XV, ponto 3:
Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde; (…)andorinha-grande, cobra-capelo, formiga-branca; (…).

Lancemos várias pesquisas com espécies botânicas e zoológicas com nomes compostos e vejamos os resultados:
Entrada pesquisada
Vocabulário-Portugal
Vocabulário-Brasil
feijão
12 entradas
Não constam, por exemplo: feijão-branco, feijão-preto ou feijão-manteiga.
191 entradas
espinafre
1 entrada
Consta apenas espinafre-tropical, uma espécie espontânea não comestível, mais conhecida como espadana-das-searas.
7 entradas
maçã
0 entradas
Nem a maçã-reineta
29 entradas
pera
3 entradas
Nem a pera-rocha nem espécies tradicionais como a pera-engana-rapazes ou a pera-lambe-lhe-os-dedos, definida no Diccionario de Lingua Portugueza (de António de Morais Silva), em 1831, como “espécie de pera mui gulosa, e succosa”.
55 entradas
tigre
0 entradas
11 entradas
pardal
6 entradas
Espécies comuns em Portugal como o pardal-espanhol ou o pardal-comum (conhecido como  pardal-do-telhado) voaram para parte incerta…
25 entradas

B. Base XV, ponto 6:
Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).

Esta é uma regra nova e, para mim, a mais interessante do Novo Acordo, pois permite uma efetiva simplificação da hifenização. O texto parece claro. Vejamos como os vocabulários o aplicam:
Entrada pesquisada
Vocabulário-Portugal
Vocabulário-Brasil
cor-de-rosa (que já surge como exceção no Acordo de 45).
cor-de-rosa e…
              cor de rosa!
Apenas cor-de-rosa
à vontade
à vontade e…
                 à-vontade
O Portal manteve o hífen em à-vontade (nome), mas não seguiu o mesmo princípio em dia a dia, retirando-lhe os hífenes mesmo quando é nome.
Apenas à vontade

Abraço.
AP

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

.Contestação ao estudo de Regina Rocha!

Regina Rocha. Imagem encontrada AQUI.

Divulguei no blogue, em 20/01, o artigo de Regina Rocha "A falsa unidade ortográfica", publicado no jornal Público. Nele, a autora refere que, após a consulta e estudo das palavras que constam do “Vocabulário da Mudança” (disponível no Portal da Língua Portuguesa), se conclui que “com o Acordo Ortográfico, aumenta o número de palavras que se escrevem de forma diferente”.
Ontem, um leitor do blogue deixou esta mensagem: “E acredita nesses números? Outras contas, mesmos dados: http://lampadamagica.blogspot.pt/2013/02/os-numeros-verdadeiros-sobre-mudanca.html
Não tendo feito um estudo minucioso do “Vocabulário da Mudança”, não acredito nem deixo de acreditar nos números. Parto sempre do princípio de que os autores de estudos, seja qual for o assunto, são honestos. No entanto, a tradição aqui no blogue é dar voz a opiniões diferentes em relação ao AO, sejam elas a favor, contra ou assim-assim. Só há censura para os comentários que recorram ao insulto ou a léxico e estruturas morfossintáticas impróprios para consumo. Assim sendo, passo a divulgar a opinião de Jorge Candeias (dono do blogue http://lampadamagica.blogspot.pt, sugerido pelo leitor acima referido), contestando as conclusões apresentadas no artigo de Regina Rocha:

Abraço.
AP
 
 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

.adepto ou adeto?!

 
A imagem veio dAQUI.
 
Alguém  na televisão estatal portuguesa (RTP) está a precisar de um trabalhinho para casa: ler com atenção as regras do Novo Acordo Ortográfico! No canal RTP Informação foi utilizada, numa legenda, a grafia "adeto", como pode confirmar na imagem alojada AQUI.
A imagem testemunha uma inacreditável (e incorreta) aplicação do ponto 1. c) da Base IV: “Conservam-se ou eliminam-se facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento”.
Em adepto, o p é inequivocamente pronunciado. Na grafia desta palavra não houve nenhuma alteração, mantendo-se o que estava em vigor tanto em Portugal como no Brasil. Lá como cá, ninguém diz "adeto". 
 
CONCLUSÃO:
Portugal (norma luso-afro-asiática) Brasil (norma brasileira) 
adepto
Atenção:
Em caso de dúvida, consulte sempre os vocabulários oficiais: o do Portal da Língua Portuguesa (AQUI) e o da Academia Brasileira de Letras (AQUI).



Curiosamente, a mesma RTP tem um programa de divulgação do AO, o "Bom Português". E qual o tema da edição de 24/01/2012? "Com o A.O. como se escreve? adepto? ou adeto?"
Em casa de ferreiro, espeto de pau...
 
 
Abraço.
AP


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

AO: Ministro português diz que é mesmo para avançar.

Fonte da imagem: AQUI.
 
Transcrevo a "Abertura" do Ciberdúvidas de hoje:
 
Acordo Ortográfico totalmente em vigor
no Brasil e em Portugal no final de 2015

O ministro do Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, garantiu aos deputados da Assembleia da República que não há divergências entre Portugal e o Brasil quanto à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO). Paulo Portas desmentiu assim notícias segundo as quais o governo brasileiro teria paralisado o processo de adoção das novas regras, esclarecendo que «o que o [este país] fez foi ampliar de três para seis anos a entrada em vigor total do acordo», pelo que a sua vigência total no Brasil vai verificar-se no final de 2015. Recorde-se que, em Portugal, o prazo do período de transição para a plena entrada em vigor do AO termina em 13 de maio do mesmo ano.

 
Comentário:
Que o tempo que falta para o final do período de transição seja bem aproveitado para aperfeiçoar o texto do AO, tendo em vista uma simplificação mais conseguida do que a que temos neste momento. E, se não for pedir muito, que o Portal da Língua Portuguesa e a Academia Brasileira de Letras se ponham de acordo em relação à interpretação das regras e ponham termo às divergências que encontramos nos respetivos vocabulários.
 
Abraço.
AP
 


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

150 000 visitas: obrigado!

Fonte da imagem: AQUI.

O blogue acabou de  receber o seu visitante nº 150 000!
117 países no total, mas sobretudo Portugal (47%), Brasil (41%) e Estados Unidos (6%). Agradeço a confiança e continuarei a pesquisar/selecionar/organizar informação para as duas normas (luso-afro-asiática e brasileira) e a partilhá-la consigo de forma crítica e fundamentada.
Abraço a todos os que, nos quatro cantos do mundo, falam e escrevem a língua de Camões. A língua portuguesa é o nosso maior traço de união!
Vosso,
António Pereira.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

.Acordo Ortográfico: ponto da situação em Portugal.

Fonte da imagem: AQUI.
 
Uma ortografia em convulsão

Em Portugal, recrudesce a contestação ao Acordo Ortográfico, na sequência da decisão de adiar a sua obrigatoriedade no Brasil, acontecimento já aqui amplamente noticiado e comentado (porque na verdade o que o governo brasileiro decretou foi um prolongamento do período de transição, e não uma suspensão). Com efeito, é grande a mobilização de vários políticos, intelectuais e académicos, em diferentes quadrantes, no sentido de retardar ou revogar a nova ortografia:

— Na Assembleia da República, a Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura aprovou por unanimidade a constituição de um Grupo de Trabalho para Acompanhamento da Aplicação do Acordo Ortográfico, conforme proposta de Miguel Tiago, deputado do Partido Comunista Português. Este grupo tem por objetivo ouvir diferentes personalidades, uma vez que, como diz o deputado português, «[não se pode] ignorar a justeza de algumas críticas e as resistências de elementos dos meios académico e artístico».  Prevê-se que, no final da sessão legislativa, em junho ou julho, seja apresentado um relatório.

— A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) declarou que vai «continuar a utilizar a norma ortográfica antiga nos documentos e comunicação escrita com o exterior», visto que a aplicação do Acordo Ortográfico ainda não foi convenientemente resolvida, «sobretudo depois de o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final sobre o Acordo Ortográfico, e de Angola ter assumido publicamente uma posição contra a entrada em vigor».

Carlos Reis, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e defensor do AO, em declarações ao jornal Público (10 janeiro), acusa a SPA de «andar atrás de lebres mal informadas ou tendenciosas», porque «o Brasil não adiou uma decisão final sobre o AO, o que fez foi prolongar por mais algum tempo o período de transição até à sua aplicação obrigatória [em 2016]». Carlos Reis frisa  ainda que «que o AO foi já generalizadamente adoptado no Brasil, sem dramas nem histerias». E dá como exemplo o recente anúncio de o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, se preparar para ajustar às novas regras os textos da comunicação da sua exposição permanente Linha do Tempo da Língua Portuguesa.

Helena Buescu, professora universitária da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) e coautora de Metas Curriculares de Português para o ensino básico, considera que «[...] este adiamento sublinha a bondade das críticas feitas ao “Acordo”, mostrando que nem em Portugal nem no Brasil (nem nos outros países lusófonos, que mostraram grandes reticências, sendo que Angola ainda não o ratificou) ele conseguiu um consenso mínimo em termos científicos» (artigo publicado no jornal Público em 8 de janeiro). Vasco Graça Moura reforça este argumento, afirmando que «[...] não faz qualquer sentido aplicar-se uma "reforma" que se tornou substantivamente inaplicável e cujos objectivos e pressupostos se evaporaram na prática com o adiamento brasileiro» (no Diário de Notícias de 9 de janeiro). E Maria Alzira Seixo, outra conhecida professora da FLUL, remata: «[...] se isto acontece, não há mais razão para Portugal continuar vergado ao torcilhão que já está sofrendo a sua Língua Pátria, com uma utilização abusiva nas escolas, em publicações, nos documentos do Estado.» (Público, 10 de janeiro). Finalmente, uma carta, ao que parece com 200 subscritores e enviada ao Ministério da Educação e Ciência com o objetivo de revogar o AO, vem «conclamar [o ministro Nuno Crato] a uma tomada de posição sobre uma matéria que é fulcral para a identidade portuguesa: a língua».

Data: 12/11/2012                                                                                                                                     Fonte:


Abraço e bom Carnaval!
AP

domingo, 10 de fevereiro de 2013

.Guiné-Bissau ou Guiné Bissau?

 
Fonte da imagem: AQUI.

O texto do Novo Acordo não altera as regras aplicáveis aos topónimos, retomando, à letra (incluindo os exemplos), o estipulado no AO45:
Emprega-se o hífen nos topónimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.” (Base XV, ponto 2)

À luz da regra transcrita, o topónimo de hoje não seria hifenizado por não corresponder a nenhum dos critérios enunciados. No entanto, podemos ler nas observações: “O topónimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.

Conclusão:
Por ser “uma exceção consagrada pelo uso”, devemos continuar a escrever Guiné-Bissau.



Nota: Há outra exceção importante que não é referida no AO: Timor-Leste

Abraço.
AP


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

.pé-de-meia ou pé de meia?

Fonte da imagem: AQUI.
 
A Base XV do Novo Acordo Ortográfico (relativa ao uso do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares) determina, no ponto 6, que “Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen.
Com esta regra são varridos centenas de hífenes, conseguindo-se uma efetiva simplificação da língua. No entanto, na parte final da redação, introduzem-se exceções desnecessárias: “salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).

A locução de hoje é uma tais exceções “consagradas pelo uso”. Assim sendo, mesmo com o AO90, continuamos a escrever pé-de-meia!

Com ou sem hífen, um bom pé-de-meia será sempre um conforto.
Abraço.
AP