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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

.Contestação ao estudo de Regina Rocha!

Regina Rocha. Imagem encontrada AQUI.

Divulguei no blogue, em 20/01, o artigo de Regina Rocha "A falsa unidade ortográfica", publicado no jornal Público. Nele, a autora refere que, após a consulta e estudo das palavras que constam do “Vocabulário da Mudança” (disponível no Portal da Língua Portuguesa), se conclui que “com o Acordo Ortográfico, aumenta o número de palavras que se escrevem de forma diferente”.
Ontem, um leitor do blogue deixou esta mensagem: “E acredita nesses números? Outras contas, mesmos dados: http://lampadamagica.blogspot.pt/2013/02/os-numeros-verdadeiros-sobre-mudanca.html
Não tendo feito um estudo minucioso do “Vocabulário da Mudança”, não acredito nem deixo de acreditar nos números. Parto sempre do princípio de que os autores de estudos, seja qual for o assunto, são honestos. No entanto, a tradição aqui no blogue é dar voz a opiniões diferentes em relação ao AO, sejam elas a favor, contra ou assim-assim. Só há censura para os comentários que recorram ao insulto ou a léxico e estruturas morfossintáticas impróprios para consumo. Assim sendo, passo a divulgar a opinião de Jorge Candeias (dono do blogue http://lampadamagica.blogspot.pt, sugerido pelo leitor acima referido), contestando as conclusões apresentadas no artigo de Regina Rocha:

Abraço.
AP
 
 

12 comentários:

  1. Obrigado pela divulgação do apanhado que fiz, que descobri por ter vindo daqui alguém ter ao meu blogue. Só um reparo: o comentador que lhe chamou a atenção para essa série de posts não fui eu: eu NUNCA comento anonimamente.

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    1. Boa noite, Jorge.
      Em primeiro lugar, peço desculpa pela informação de que seria o comentador. Interpretei incorretamente os dados que me foram fornecidos no comentário. Já corrigi a informação.
      Não tem de agradecer a divulgação. Sendo este um espaço centrado no AO, não podia passar deixar de referir o seu trabalho e opinião.
      Abraço.
      AP

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    2. Tudo bem.

      Já agora, convém esclarecer que esses números estão ligeiramente errados. Esse foi o primeiro post de uma série deles (são 20 ao todo), que foram sendo publicados à medida que fui dissecando o Vocabulário da Mudança. Ao longo do processo fui também detetando e corrigindo alguns erros no tratamento dos dados. Os números finais mostram menos uma vintena de grafias idênticas e mais outras tantas convergências.

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    3. Sugiro que me envie os links das mensagens que dão uma noção mais adequada dos números corretos e, com base neles, eu refaço o "post".

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  2. OK.

    A compilação dos posts está aqui: http://lampadamagica.blogspot.pt/search/label/an%C3%A1lise%20do%20vocabul%C3%A1rio%20da%20mudan%C3%A7a

    E o post com os valores globais certos é este: http://lampadamagica.blogspot.pt/2013/02/os-numeros-da-ortografia-recapitulando.html

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  3. Como é que duas pessoas partem dos mesmos dados e chegam a resultados tão diferentes ?

    Segundo Jorge Candeias há 1228 palavras que portugueses e brasileiros escreviam de maneira diferente e que com o AO se passaram a escrever da mesma forma. Regina Rocha diz que são apenas 569. Quem tem razão ?
    Regina Rocha no seu estudo deixou de fora todas as palavras em que apenas a ortografia brasileira foi alterada (por exemplo: lingüiça/linguiça ou européia/europeia). Mas não o devia ter feito porque relativamente a estas palavras o AO veio tornar igual a ortografia de portugueses e brasileiros. Portanto, neste caso é o Sr.Jorge Candeias quem tem razão e serão 1228 palavras a convergir com o AO.

    Segundo Regina Rocha há 1235 palavras que portugueses e brasileiros escreviam da mesma maneira e que com o AO se passaram a escrever de forma diferente. Jorge Candeias diz que são apenas 221. Quem tem razão ?
    Jorge Candeias ao não contar as palavras manualmente cometeu um erro.
    Atente-se na palavra perspectiva/perspetiva. Antes do AO escrevia-se 'perspectiva' tanto em Portugal como no Brasil mas agora apenas a forma 'perspetiva' é admitida em Portugal. No Brasil, embora o AO admita ambas as formas, pelo facto de toda a gente pronunciar o 'c', também toda a gente escreve 'perspectiva' divergindo assim da variante portuguesa - este é um exemplo das cerca de 1000 palavras que Regina Rocha considera que divergiram e que Jorge Candeias considera que não. Na minha opinião acho que aqui a Prof.Regina Rocha está do lado da razão e haverá efectivamente 1235 palavras que após o AO divergiram na ortografia de portugueses e brasileiros.

    Qualquer que seja o número de palavras que divergiram após o AO, a questão de fundo mantém-se: não deveria existir UMA ÚNICA PALAVRA que escrevendo-se da mesma forma tenha passado a escrever-se de maneira diferente porque vai completamente CONTRA O ESPÍRITO do acordo ortográfico.

    Assim, todos os que apoiam este acordo ortográfico deveriam bater-se para que as aberrações 'receção', 'perceção' ou 'aspeto' fossem banidas e portugueses e brasileiros as continuassem a escrever de igual forma.

    Pedro Oliveira Reis

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    1. Fica registada a opinião.
      Embora pareça óbvio que alguém está a manipular os dados, não tendo feito o estudo do "Vocabulário da Mudança", não posso tomar partido.
      AP

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  4. Se efectivamente está alguém a manipular dados será a Prof.Regina porque o Sr.Candeias apresenta um detalhe muito grande no seu raciocínio.

    Infelizmente ele vai a um pormenor tal que não seria necessário e que acaba por tornar muito confusa a leitura do seu estudo. Importaria saber apenas 3 coisas: quantas palavras se escreviam de forma diferente em Portugal e no Brasil antes do AO ? Com o AO quantas convergiram ? E quantas divergiram ?

    Por outro lado ele chama dupla grafia a palavras que na minha opinião são divergentes. Por exemplo: facto/fato ou receção/recepção não são duplas grafias, são divergências entre portugueses e brasileiros uma vez que tanto num país como noutro apenas é admitida uma forma de escrever.

    Espectador/espetador sim é uma dupla grafia uma vez que ambas as formas são admitidas em Portugal. Dado que no Brasil apenas se admite a forma 'espectador', se esta for usada em Portugal estamos perante uma convergência. Se se usar a forma 'espetador' já será uma divergência.

    Pedro Oliveira Reis

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    1. Há três tipos de duplas grafias:
      1. Dentro da mesma norma (ex.: percepto e perceto: norma luso-africana; rectificar e retificar: norma brasileira).
      2. Para todo o espaço lusófono (ex.: sector e setor).
      3. Uma forma diferente para cada norma (ex.: acepção para o Brasil; aceção para os restantes países).

      Logo, receção/recepção é uma dupla grafia do tipo 3. Quanto a facto, é a única grafia para nós, mas, segundo o VOP, no Brasil, há uma dupla grafia: facto e fato.

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  5. Muito obrigado pela explicação. A análise do Sr.Candeias ficou então prejudicada pelo facto de não dividir as duplas grafias pelos seus diversos tipos.

    Agora deixe-me que lhe diga o seguinte: pelo Acordo Ortográfico já não é correcto falar-se em 'norma' porque oficialmente a língua portuguesa deixou de ter duas normas mas apenas uma.

    Então como designar as variações ortográficas existentes entre Portugal e o Brasil ? Variação geográfica é o termo agora correcto. Em Portugal há muito o hábito de se mudar os nomes às coisas para fingir que se mudou alguma coisa mas que na prática fica tudo na mesma.

    Resumindo: as 'velhas' normas ortográficas são agora as 'novas' variações geográficas.

    Pedro Oliveira Reis

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    1. As duplas grafias são uma forma de reconhecimento das variações.
      Tem razão quando diz que com o AO há uma única norma. Foi distração minha.

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