Esta foi uma pergunta que ficou
sem resposta na formação que orientei no final do ano letivo passado na Escola Básica 2,3 Pêro de Alenquer. Ficou prometida a resposta, logo que ela existisse.
Embora já fosse essa a prática,
na maior parte dos casos, o nº 3 da Base XV do Novo Acordo Ortográfico consagra
uma nova regra para o hífen: “Emprega-se o hífen nas
palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não
ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, couve-flor,
erva-doce, feijão-verde (…); bem-te-vi (nome de um pássaro).”
Questão: Os nomes das castas são hifenizadas?
Por um lado, o dicionário
parece dizer que sim com a definição de casta: “grupo
de indivíduos (animais ou vegetais) que, por alguns caracteres, se distinguem
de outros da mesma espécie e podem constituir uma raça ou variedade”; por outro, o Vocabulário
do Portal da Língua Portuguesa
deixa-nos na dúvida ao não registar nenhuma palavra relativa ao assunto.
Foram consultados o Portal da Língua Portuguesa e o Ciberdúvidas. Já há retorno do Ciberdúvidas. Passo à transcrição do essencial da resposta obtida:
“(…)
os nomes das diferentes castas de uvas que forem compostos devem escrever-se
com hífen. Sendo assim, tinta-roriz,
touriga-nacional, touriga-franca, malvasia-fina serão as formas mais corretas, à luz da Base XV do
novo Acordo Ortográfico, muito embora eu não encontre estas formas registadas
em dicionário nem em vocabulário ortográfico atualizados.
Note-se
que tanto no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (DLPPE) como no
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, figura a forma touriga nacional, sem
hífen, não como entrada mas como termo integrado na definição da entrada
touriga. Este facto poderia indicar que os termos em discussão podem usar-se
sem hífen, mas, no DLPPE, o registo de malvasia-do-bairro
e malvasia-grossa, termos
hifenizados que designam variedades de casta designada por malvasia, justificam
as grafias acima propostas.
Quanto
a castas com nome estrangeiro, não sei de critério generalizável. O mais que
posso é sugerir que se escrevam em itálico, seguindo o Dicionário Houaiss, que,
por exemplo, para raças de cães, emprega o itálico e prescinde de hífen em
locuções (p. ex. setter e cocker spaniel). Por esta razão, fazendo
a transposição deste critério, proponho cabernet
sauvignon, em itálico e sem hífen — com a noção de que não há, para casos
como este, uma regra ou um critério fixo na ortografia do português.” (Carlos Rocha:: 10/10/2012)
CONCLUSÃO:
Portugal (norma luso-afro-asiática) e Brasil (norma brasileira)
Castas de uvas: com hífen (touriga-nacional, tinta-roriz,
malvasia-fina,
etc.)
Notas: Castas com nomes estrangeiros? Em itálico (ou
entre aspas) e sem hífen: Cabernet Sauvignon.
|
Abraço
especial para os colegas de Alenquer!
AP
P.s.
Nova mensagem no http://portuguesemforma.blogspot.pt:
Falando de Belo Horizonte, diz-se o ou a?
Nenhum comentário:
Postar um comentário