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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

.Para Alenquer: As castas de uvas são com ou sem hífen?

Esta foi uma pergunta que ficou sem resposta na formação que orientei no final do ano letivo passado na Escola Básica 2,3 Pêro de Alenquer. Ficou prometida a resposta, logo que ela existisse.
Embora já fosse essa a prática, na maior parte dos casos, o nº 3 da Base XV do Novo Acordo Ortográfico consagra uma nova regra para o hífen: “Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde (…); bem-te-vi (nome de um pássaro).
Questão: Os nomes das castas são hifenizadas?
Por um lado, o dicionário parece dizer que sim com a definição de casta:  grupo de indivíduos (animais ou vegetais) que, por alguns caracteres, se distinguem de outros da mesma espécie e podem constituir uma raça ou variedade”; por outro, o Vocabulário do Portal da Língua Portuguesa deixa-nos na dúvida ao não registar nenhuma palavra relativa ao assunto.
Foram consultados o Portal da Língua Portuguesa e o Ciberdúvidas. Já há retorno do Ciberdúvidas. Passo à transcrição do essencial da resposta obtida:
“(…) os nomes das diferentes castas de uvas que forem compostos devem escrever-se com hífen. Sendo assim, tinta-roriz, touriga-nacional, touriga-franca, malvasia-fina serão as formas mais corretas, à luz da Base XV do novo Acordo Ortográfico, muito embora eu não encontre estas formas registadas em dicionário nem em vocabulário ortográfico atualizados.
Note-se que tanto no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (DLPPE) como no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, figura a forma touriga nacional, sem hífen, não como entrada mas como termo integrado na definição da entrada touriga. Este facto poderia indicar que os termos em discussão podem usar-se sem hífen, mas, no DLPPE, o registo de malvasia-do-bairro e malvasia-grossa, termos hifenizados que designam variedades de casta designada por malvasia, justificam as grafias acima propostas.
Quanto a castas com nome estrangeiro, não sei de critério generalizável. O mais que posso é sugerir que se escrevam em itálico, seguindo o Dicionário Houaiss, que, por exemplo, para raças de cães, emprega o itálico e prescinde de hífen em locuções (p. ex. setter e cocker spaniel). Por esta razão, fazendo a transposição deste critério, proponho cabernet sauvignon, em itálico e sem hífen — com a noção de que não há, para casos como este, uma regra ou um critério fixo na ortografia do português.” (Carlos Rocha:: 10/10/2012)

CONCLUSÃO:
Portugal (norma luso-afro-asiática) e Brasil (norma brasileira)
Castas de uvas: com hífen (touriga-nacional, tinta-roriz, malvasia-fina, etc.)
 
Notas: Castas com nomes estrangeiros? Em itálico (ou entre aspas) e sem hífen: Cabernet Sauvignon.

Abraço especial para os colegas de Alenquer!
AP
P.s.
Nova mensagem no http://portuguesemforma.blogspot.pt:
Falando de Belo Horizonte, diz-se o ou a?

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