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Li há pouco o “Guião de observação da
dimensão científica e pedagógica” a utilizar na avaliação dos professores
portugueses. Não vou fazer comentários em relação à filosofia do documento,
pois considero que a avaliação do desempenho continua a não ter nem validade
nem fiabilidade.
O(s) redator(es) do documento
aplicaram de forma descuidada o Novo Acordo Ortográfico, misturando a Norma de
1945 com o Acordo de 1990. A par de didáticos, selecionados e atividades,
encontramos “objectivos” (duas vezes) e “aspectos” (três vezes).
Vamos por partes.A. Em relação a “objectivos”, não se compreende a opção, uma vez que a palavra não se enquadra em nenhum do três tipos de dupla grafia referidos no NAO.
B. Quanto a “aspectos”, a
escorregadela poderá ter origem no ponto 1. c) da Base IV: “Conservam-se ou
eliminam-se facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer
geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o
emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e
carateres, dicção e dição; facto e fato, sector e setor, ceptro e cetro,
concepção e conceção, corrupto e corruto, recepção e receção;”
Não estando delimitado no extrato o âmbito de aplicação de cada uma das grafias, teria sido prudente esclarecer o assunto, tendo em conta o que está na Nota Explicativa do Acordo: “Os dicionários da língua portuguesa, que passarão a registar as duas formas em todos os casos de dupla grafia, esclarecerão, tanto quanto possível, sobre o alcance geográfico e social desta oscilação de pronúncia.”
Não estando delimitado no extrato o âmbito de aplicação de cada uma das grafias, teria sido prudente esclarecer o assunto, tendo em conta o que está na Nota Explicativa do Acordo: “Os dicionários da língua portuguesa, que passarão a registar as duas formas em todos os casos de dupla grafia, esclarecerão, tanto quanto possível, sobre o alcance geográfico e social desta oscilação de pronúncia.”
C. Que dicionário consultar? Sendo o Portal da Língua Portuguesa o órgão oficial do Novo Acordo,
consultá-lo teria compensado. Clicando sucessivamente em “Vocabulário da
Mudança” e “Palavras afetadas pelo AO”, tudo teria ficado clarinho como água:
Ortografia
Antiga (1945)
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Ortografia
Antiga (1943)
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Ortografia
Nova
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Notas
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objectivo
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objetivo, objectivo
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objetivo, objectivo
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objectivo não é usado em Portugal
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aspecto
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aspecto, aspeto
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aspeto, aspecto
|
aspecto não é usado em Portugal
|
Nota:
O Acordo vigente em Portugal datava de 1945, enquanto o Brasil seguia o Formulário
de 1943.
Conclusões:
Em Portugal, as formas adequadas são aspeto e
objetivo.
No Brasil, há dupla grafia aspecto/aspeto e objectivo/objetivo.
Abraço.
AP
P.s.1 No parâmetro “Pedagógico (segurança)”, lemos: “acompanhar a
prestação dos alunos e proporcionar-lhe
informação sobre a sua evolução”. Proporcionar a quem? Ao professor? Hum… deve ser a
tal dimensão formativa do processo. Claro que é uma gralha que não devia ter acontecido.
P.s.2
Nova mensagem no http://portuguesemforma.blogspot.pt:
Língua viva: site, sítio ou tanto faz?
P.s.2
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