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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

.húmido, úmido ou tanto faz?

Embora o hipotético desaparecimento do h mudo tenha sido uma das principais inquietações/indignações em relação às novas regras, o Novo Acordo não vem alterar nada. Numa primeira versão, na década de 1980, previa-se a queda do h inicial (à semelhança do que já tinha acontecido, em 1911, a algumas palavras, como, por exemplo, “herva” e “hontem”, com a aplicação do Formulário Ortográfico), mas houve um recuo na proposta e tudo ficou como estava.
Em Portugal, húmido é a forma correta de escrever; no Brasil, úmido é a única grafia válida, pois já era assim que se escrevia.
Este é um caso de dupla grafia, mas não em simultâneo. Há uma grafia para o português europeu e outra para o português do Brasil.

CONCLUSÕES:
Portugal (norma luso-afro-asiática)
húmido
Notas: ---
Brasil (norma brasileira)
úmido
Notas: ---

Abraço.
AP.
P.s.
Nova mensagem no http://portuguesemforma.blogspot.pt:
Ruben ou Rúben?

16 comentários:

  1. Obrigado pela informação. Valeu :-D

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  2. Muito obrigado pela informação, tem até uma questão da Universidade Mackenzie de São Paulo com essa palavra.

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  3. Cá entre nós, poderíamos perfeitamente voltar a escrever húmido, já que os demais países de língua portuguesa grafam assim. Para quê, então, um Acordo Ortográfico? Por sinal, húmido mantém a origem latina (humidus, a, um) como o reconhecem os francófonos (humide), anglófonos (humid), hispanófonos (húmedo).

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    1. Estou de acordo com o que diz. A unificação na diversidade tem destas coisas... ;)
      Abraço

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    2. Isso.... vamos regredir no tempo e voltar a escrever "óptimo", "exacto", "directoria", "pharmacia", etc.... Me poupem,né!

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    3. Não é isso que Ant P se referiu. Exacto", "optimo" ficou para trás, mas não se pode alterar tudo a cada 20 anos, como querem esses "reformistas". Portugal e os outros países já não aceitam mais essas reformas constantes. Documentos do legislativo e judiciário são muito importante e ficariam com problemas de interpretação, como demonstrou um juiz em Portugal. Ou então funda-se, proclamem logo a língua brasileira (não somente a literatura) e esqueças a lusofonia. Pronto falei, ehehe

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  4. Estou a ler um romance de Vergílio Ferreira, O Vagão «J», editado em meados dos anos 1940. Na página 71 lemos: "dentes brancos na boca úmida". Significa isto que antes do AO de 1945 também em Portugal se escrevia húmido sem o h ou trata-se apenas de um erro ortográfico na impressão do livro?

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    1. Boa noite.
      Com a aplicação em Portugal em 1911 do Formulário Ortográfico (adotado plenamente no Brasil apenas cerca de 20 anos mais tarde), há pelo menos um caso em que o h foi eliminado: herva - erva). No entanto, não me parece ser o caso de "húmido" que, pelo que pude apurar, sempre manteve o h herdado do latim (humidu). Logo, se o livro que está a ler foi editado em Portugal, a grafia "úmida" só pode ser um lapso.
      Cumprimentos.
      AP

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  5. Um familiar ofereceu-me uma preciosidade (para mim), o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa para Estudantes e para o Povo de Francisco Torrinha, 7.ª edição, 1939. Na entrada húmido diz: "adj. Úmido (forma preferivel). O mesmo sucede em outras entradas como humidade, humente, etc. Por sua vez, o Novo Diccionário da Língua Portuguesa de Candido de Figueiredo, 1913 (encontrei acessível pela internet) tem ambas as entradas, húmido e úmido. No entanto, neste dicionário diz o seguinte: "húmido adj. Levemente molhado; que tem a natureza da água. Aquoso; impregnando de vapores aquosos. (Lat. humidus, ou umidus)" e "úmido adj. (e der.) O mesmo ou melhór que húmido, etc. (Lat. umidus) adj. Levemente molhado; que tem a natureza da água. Aquoso; impregnando de vapores aquosos. (Lat. humidus, ou umidus)". Perante isto, sou levado a concluir que ambos os termos conviveram durante algum tempo, tendo-se (como sugerem ambos os dicionários) dado preferência ao húmido acabando este por se tornar a única forma aceitavel em Portugal.
    Cumprimentos,
    Luís Nunes

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    1. Caro Luís:
      Caro Luís:
      As questões que coloca são um desafio e peras! Se em relação ao "Diccionário" de Cândido de Figueiredo, há uma abrangência temporal em que muita coisa pode caber, pois, embora seja de 1913, segue a norma anterior ao Formulário Ortográfico de 1911, já o mesmo não se pode dizer do Dicionário de 1939 que refere (sem dúvida, uma preciosidade!). A leitura que faço da Base IV do FO de 1911, em relação ao h em posição inicial, parece excluir a grafia "úmido". Mas é possível que haja um caminho alternativo em relação à história da palavra que desconheço. Neste momento, estou numa de missão de voluntariado da Fundação C. Gulbenkian, no âmbito da língua portuguesa, na Guiné-Bissau. Quando regressar, no final do mês, tentarei descobrir pistas para este estranho caso...
      Cumprimentos e disponha sempre.
      António Pereira

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  6. Acho completamente desnecessário essas mudanças. Como tudo no Brasil perde-se na "modernidade" um passado histórico. Hoje se leva isso "de modernidade" a derrubar tudo que lembra o processo histórico. Somos um povo sem memória. A começar pelos especialistas que insistem em mudar a ortografia a cada 20 anos. Portugal não aceitou o novo acordo ortográfico. Aliás há tempos não têm aceitado essa "frescura" de "especialista brasileiros que não têm o que fazer. Acho que poderiam se preocupar em alfabetizar os milhões de analfabetos funcionais ao invés de alterar o tempo todo detalhes da língua que farão, daqui a um tempo, desatualizados os documentos produzidos há alguns anos. Não acrescentam nada de novo, mas conseguem atrapalhar o que estava funcionando bem. Putz!!

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    1. Caro Othon, no caso do artigo aqui apresentado, nada se alterou. Quanto ao Novo Acordo Ortográfico, está de definitivamente em vigor em Portugal desde maio de 2015. Finalmente, a história da mudanças resume-se a três momentos nos últimos 100 anos: 1911 (reforma adotada no Brasil cerca de 20 anos mais tarde), 1943/1945 (Brasil/Portugal) e 2015/2016 (Portugal, Cabo Verde e Brasil).
      Cumprimentos.

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    2. Meu caro!! Quem vive de passado é "livro de história" e "museu". Se passado fosse assim tão bom ainda existiriam milhares de escravos no Brasil, e Portugal seria uma "roça" atrasada dentro da Europa. A natureza humana é de evolução. Os países e suas línguas evoluem e ganham novas nuances. A própria língua portuguesa é um caso de evolução oriunda do Latim Vulgar (assim como o Galego-Português). O Brasil não está impondo nada a ninguém, mas aqui a língua está evoluindo e se transformando. E o tal Acordo Ortográfico o governo português só ratifica se quiser. Alguns portugueses gostam de viver de "passado". Então, virem um país de museus. Eu quero viver olhando à frente; e sempre.

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    3. Se o seu "meu caro" é dirigido a mim (autor do blogue e do "post"), errou o alvo ou não leu o que escrevi. Se está a dirigir-se a outra pessoa, deveria identificar claramente o destinatário das suas palavras.
      Quanto à arrogância que emana do seu discurso, sem comentários...

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  7. Bah tava tão boa a discussão! Lia um artigo hoje que podemos difundir a generosidade e a compaixão...e que essas são coisas que podemos treinar...ficou pendente o retorno do Ilustre Sr. Antonio Pereira, quais novidades, Doutor? Aguardo ansiosa!

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  8. Eu simplesmente não consigo enxergar as palavras húmido, e outras como herva sem o h. Parecem palavras amputadas. Quem foi que disse que húmido perdeu o h e proibiu de pôr?
    Herva ja faz tempo que não tem h, mas herbal ainda tem, que droga e essa? Quem dá autoridade para ficar tirando letras das palavras? Isso deveria acontecer apenas no caso de palavras já obsoletas que mudassem de pronúncia, como arquitecto, no Brasil, onde não se pronuncia o c. Deveriam deixar as outras palavras em paz, até que algo justifique a mudança, não acordar regras que obrigam as pessoas a mudarem.

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