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terça-feira, 19 de abril de 2016

Malaca Casteleiro rejeita "fracasso" no Acordo Ortográfico!

"Neste momento, não se deve mexer no que está feito", defende o linguista

NOTAS PRÉVIAS:
1. Não se deve mexer no que está feito? O que está mal feito deve ser sempre rapidamente corrigido, sobretudo tendo em conta que o texto do AO90 parece ter sido escrito em cima do joelho e de forma pouco rigorosa.
2. Em relação à ratificação, falta Angola e Guiné-Bissau? Malaca Casteleiro tem de rever as suas notas, pois está equivocado. “Com exceção de Angola e de Moçambique, todos os restantes países da CPLP já ratificaram todos os documentos conducentes à aplicação desta reforma.” (Portal da Língua Portuguesa).
3. MC mostra-se confiante em que Macau virá a adotar o Acordo Ortográfico. Grande façanha num espaço em que o uso português quase limita a vestígios escritos (em placas ou prédios) que ninguém entende. Quando, ainda antes da transferência da administração para a China, lá estive, não me cruzei com ninguém que falasse a nossa língua.


O linguista Malaca Casteleiro rejeitou hoje qualquer "fracasso" relativamente ao Acordo Ortográfico, de que foi um dos principais impulsionadores, desvalorizou a demora na aplicação e defendeu que "não se deve mexer no que está feito".
"Não há aqui nenhum fracasso. Há naturalmente um tempo de implementação do acordo que exige, digamos, percursos diferentes para os diferentes países", afirmou, em declarações aos jornalistas, à margem da Conferência Internacional sobre Ensino e Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira, que decorre na Universidade de Macau entre hoje e sábado.
"Neste momento, não se deve mexer no que está feito", sustentou.

O facto de o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ter escrito um artigo de opinião no jornal Expresso utilizando a antiga grafia foi interpretado, particularmente, pela corrente que contesta a reforma linguística, como um sinal de esperança relativamente a uma eventual reabertura do debate em torno de uma matéria que continua sem ser consensual.
"Se está em vias de aplicação em todos os países por que é que agora vamos rever, criar mais um empecilho para se conseguir a unificação ortográfica? É contraproducente. Do ponto de vista da política da língua não é conveniente", observou Malaca Casteleiro.
"O Presidente da República tem todo o direito de escrever como ele quiser como cidadão. Quando é Presidente da República tem de cumprir a lei. E, neste momento, o Acordo Ortográfico constitui lei em Portugal e, portanto, tem de ser aplicada -- só isso", afirmou.
Questionado sobre se voltaria atrás em algum aspeto do Acordo Ortográfico, Malaca Casteleiro respondeu que "pode haver algum aperfeiçoamento", contudo, "reservaria esse aperfeiçoamento para depois da sua implantação em todos os países de língua portuguesa".
Mas nem todos os membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram o Acordo Ortográfico, subscrito nos anos 1990.
"Esse trabalho está a ser feito", vincou o especialista, recordando que "já só falta praticamente" Angola e Guiné-Bissau.
Malaca Casteleiro manifestou-se ainda confiante relativamente a uma eventual adoção do Acordo Ortográfico por parte de Macau, uma Região Administrativa Especial da China onde o português constitui uma das duas línguas oficiais pelo menos até 2049.
"Já temos discutido por várias vezes essa questão. Há de lá ir, a questão vai devagar. (...) O acordo vai chegar lá", observou Malaca Casteleiro, que colabora na elaboração de manuais de ensino do Português como língua estrangeira para aprendentes chineses com uma instituição de ensino superior de Macau que -- como enfatizou -- "estão conforme o Acordo Ortográfico".

sábado, 2 de abril de 2016

auto-estrada ou autoestrada?

Mais trabalhos de casa para os jornalistas de TVI, já!

Há pouco, no “Jornal da 8” da TVI, abri a boca de espanto pelas imagens do colapso do piso da A14 e logo a seguir por mais uma gafe na aplicação do Novo Acordo Ortográfico, sobretudo por se tratar de uma regra geral de hifenização que nada tem de complicado…
Auto-estrada” seria a grafia certa no jornal “Público” ou no canal de televisão do “Diário Económico”, uma vez que estes órgãos de comunicação continuam a seguir as regras de 1945, não aplicando o AO90. Tendo a TVI adotado as novas regras, aquele hífen é um intruso…

AO45 – BASE XXIX
AO90 – BASE XVI
Havia hífen com os elementos de origem grega auto, neo, proto e pseudo quando o 2.º elemento tinha vida à parte e começava por vogal, h, r ou s.
Logo, auto-estrada.
O falso prefixo auto está abrangido pela regra que determina que só há hífen quando o 2.º elemento começa por h (auto-hipnose, auto-hemoterapia) ou se a letra final do 1.º elemento for igual à inicial do 2.º elemento (auto-observação, auto-organização).
Logo, autoestrada.

Abraço.

ProfAP