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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

.AO: prós, contras ou assim-assim...

Fonte da imagem: AQUI.

Prós, contras ou assim-assim *

«Não vai mudar a fundo as coisas. As implicações que isso tem do ponto de vista económico sempre sobram para os países mais pobres.»
Mia Couto, escritor moçambicano
 
«Para um país como Angola é muito importante aplicar o acordo, porque este vai fazer aumentar a circulação do livro e facilitar a aprendizagem e a alfabetização, que é, neste momento, a coisa mais premente para Angola e Moçambique.»
José Eduardo Agualusa, escritor angolano
 
«O Acordo abre a porta ao Brasil nos países africanos, onde até agora não conseguiram entrar (…). Isto serve para beneficiar a indústria editorial brasileira. Como eles já têm tudo adaptado ao acordo, assim que entrar em vigor avançam imediatamente.»
Vasco Graça Moura, escritor português
 
«A gente quer marchar com Portugal. Avançar sem ele não faria sentido. O acordo, que é para unificar, já nasceria desunido, se o acto de adopção fosse isolado.»
Godofredo Oliveira Neto, escritor brasileiro
 
«Os brasileiros têm um problema, nós não. Isto é um favor que a diplomacia portuguesa está a fazer à brasileira, e é triste que a língua sirva de moeda de troca.»
Vasco Teixeira, editor português


«A indefinição de Portugal está a emperrar o processo. Não se percebe e não quero admitir que os adiamentos sejam motivados pelos receios de 'brasileirização' da língua.»
Emerson Inácio, professor brasileiro
«É verdade que os brasileiros se prepararam. Nós não tivemos nenhuma política de defesa da língua, não tivemos uma política de expansão da língua no estrangeiro, não fizemos o trabalho de casa. Não vale a pena ser conservador quando não há nada a conservar.»
Francisco José Viegas, escritor português
 
«Não trará nenhum ganho claro e lógico.»
Maria Helena Novaes Rodriguez, professora brasileira
«Eu creio que há aqui um medo estúpido de que o Brasil, através da ortografia, reconquiste os países africanos de língua portuguesa e os leve para o seu lado.»
João Malaca Casteleiro, linguista português
 
«A mudança deve começar na sala de aula e quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará.»
Lauro Moreira, representante brasileiro em Lisboa na CPLP
 
«Como se uns anos a mais ou a menos na conclusão de um texto [Acordo Ortográfico] trouxessem algum mal ao mundo, que viveu sem ele até agora.»
Francisco Seixas da Costa, embaixador português no Brasil
 
«Não faz sentido que nos eventos internacionais, seja preciso redigir dois documentos (...) com a grafia de Portugal e a do Brasil.»
Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras
 
«Seria muito importante, do ponto de vista editorial, que Brasil e Portugal estivessem juntos quando se formalizar a adopção do Acordo Ortográfico.»
Celso Amorim, ministro brasileiro das Relações Exteriores
 
«Se isso acontecer [a aceleração do processo de ratificação pelos outros países], Portugal reverá a sua posição e procurará ser mais célere.»
Isabel Pires de Lima, ministra portuguesa da Cultura


*transcrições na revista "África 21" de Dezembro de 2007 :: 06/01/2008
Fonte: http://ciberduvidas.com/controversias.php?rid=1572


Comentário:
Cinco anos passados, a polémica continua...

Abraço.
AP

4 comentários:

  1. Sou 200% a favor de um acordo que unifique a ortografia dos 8 países lusófonos. Embora em todo o lado se escreva que este acordo serviu para tal já entendi que fui enganado e que ele afinal não unifica coisíssima nenhuma. E nem sequer aproxima a ortografia entre portugueses e brasileiros porque se óptimo/ótimo passou a escrever-se da mesma forma, já recepção/receção que se escrevia de forma igual passou a escrever-se de forma distinta e académico/acadêmico continua a escrever-se de forma diferente. Resumindo: a ortografia da língua entre portugueses e brasileiros continua tão afastada como estava. Porque é que no caso de andebol/handebol ou húmido/úmido se manteve a dupla grafia em vez de se acordar 'vocês tiram o h de handebol que nós tiramos de húmido e passamos a escrever todos da mesma maneira ?
    Não aplico este AO mas garanto-lhe que me tornarei num acordista dedicado no dia em que alguém me conseguir responder à seguinte pergunta:

    Para que serve este acordo ortográfico se ele não consegue fazer aquilo a que se propõe - unificar a ortografia dos países lusófonos ?

    Pedro Oliveira Reis

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    1. A unificação é uma missão muito problemática e, para já, está longe de bem sucedida. Já o outro objetivo deste Acordo (simplificar) será menos difícil de atingir. Se lá chegarmos, já não será mau...
      Embora não me sinta enganado como o Pedro, acho que, em muitos aspetos, a montanha pariu um rato bicéfalo...
      Obrigado pelo comentário.
      António Pereira

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  2. Se Portugal é o país mãe da lingua portuguesa porque serão os portugueses a ter de mudar e se adaptar à maneira como os brasileiros escrevem/falam e não vice-versa? Porque no Brasil se fala e escreve muito confusamente, umas palavras inglesas se abrasileiram mas outras não, palavras se falam à inglesa nomeadamente as que se escrevem com H, outras não, por exemplo ketchup, palavras se usam em espanhol - firma em vez de assinatura, etc. etc. e em Portugal, a lingua se escre e fala bem mais corretamente.

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    1. A língua é de todos os que a falam e escrevem e não de um único país. Quanto a falá-la e escrevê-la de forma clara/confusa e correta/incorreta, não há estudos objetivos que legitimem as suas observações. Logo, o que diz é a sua opinião e fica registada.
      Cumprimentos.
      AP

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