A Vodafone Portugal anunciou que começou a transição para o Acordo Ortográfico de 1990 (AO) em 1/01/2014, à semelhança das duas outras operadoras de telecomunicações em Portugal, a TMN e a Optimus1.
Noutras áreas em Portugal, o processo de adoção também começou no ano novo: deem-se como exemplos o Millennium/BCP e o Banco Espírio Santo (BES), conforme informação no fundo das páginas principais dos respetivos sítios eletrónicos.
Para uma visão de conjunto das entidades que, em Portugal, até 2013, seguem a nova grafia, pode consultar-se uma lista disponível no blogue Muro das Lamentações, de José Cunha Oliveira (no fim do artigo "Uma discussão absurda e extemporânea") .
Assinale-se ainda o conjunto de cinco artigos escritos pelo deputado português (PS) Carlos Enes e publicados entre 2 e 9 de janeiro no jornal Açoriano Oriental, nos quais, numa perspetiva favorável ao AO, se descreve e discute o que tem sido o processo da sua aplicação.
Entretanto, aguarda-se a discussão na Assembleia da República da petição pública que reclama a desvinculação de Portugal do AO, bem como a apreciação de um projeto de resolução subscrito pelos deputados Ribeiro e Castro, Michael Seufert (ambos do CDS) e Mota Amaral (PSD), que propõem a criação de um novo grupo de trabalho sobre a aplicação do referido acordo (recorde-se que um grupo anterior, já extinto, esteve ativo entre janeiro e julho de 2013).2
1 Em comentário na comunicação social e nas redes sociais, há quem sustente que o nome próprio Optimus há de perder o p, tal como acontece com a palavra ótimo, que se inclui no léxico comum. Não é isso que prevê o Acordo Ortográfico de 1990 (Base XXI), conservando um critério da norma que o antecedeu, a do Acordo Ortográfico de 1945 (Base L) segundo o qual «pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registo público». Assim se compreende que, apesar de se escrever açoriano, o nome de uma empresa de seguros apresente a grafia açoreana: Açoreana Seguros.
2 Sobre notícias acerca da possibilidade da suspensão do AO no Brasil, convém esclarecer que neste país decorre, como em Portugal, o período de transição, de acordo com o Decreto nº 6583, DE 29 DE Setembro de 2008. (cf. artigo de Mário Vilalva, o embaixador do Brasil em Portugal). Também em relação a afirmações segundo as quais, no Brasil, o Senado teria recusado o AO após aceitação da proposta de dois professores brasileiros, Ernani Pimentel e Pasquale Citro Neto, para a revisão radical da ortografia do português, importa sublinhar que nem o Senado brasileiro se pronunciou, como um todo, contra ou a favor do AO, nem este órgão poderia vincular ou desvincular o Brasil de um tratado internacional, ratificado e em vigor, como o AO.
Transcrito de http://www.ciberduvidas.pt/aberturas.php?id=1849
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