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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Acordo: a propósito do acento perdido em "para" (v. parar)

A Base IX (nos pontos 6, 7 e 8) fez desaparecer vários acentos distintivos de palavras graves. Se a extinção da maior parte desses é relativamente consensual, a eliminação do acento que usávamos em “para” (verbo parar) para evitar a confusão com a preposição “para” provoca grande “azia intelectual”, achando muitos falantes que tal alteração não tem sentido. Esta resistência deriva da pronúncia bem distinta das duas palavras (agora homógrafas).
No entanto, se recuarmos no tempo e formos ler o texto do AO45, encontramos um bom número de homógrafos heterofónicos que perderam os seus acentos distintivos.
Vejam alguns exemplos apresentados na Base 22 do texto de 1945:
acerto (nome) - acerto (v. acertar) / cerca (nome) – cerca (v. cercar) / colher (nome) - colher (v. colher) / doutores (nome) – doutores (v. doutorar) / esse (determinante ou pronome) – esse (nome da letra s) / este (determinante ou pronome) – este (ponto cardeal) / fora (advérbio, interjeição ou nome) - fora (v. ser) / fosse (v. ser) – fosse (v. fossar) / piloto (nome) – piloto (v. pilotar) / transtorno (nome) – transtorno (v. transtornar) / coro (nome) – coro (v. corar).
Vosso,
ProfAP.

2 comentários:

  1. Aqui há um lapso:

    "Esta resistência deriva da pronúncia bem distinta das duas palavras (agora homónimas)."

    ... (agora homógrafas)!

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