A Base IX (nos pontos 6, 7 e 8) fez desaparecer vários
acentos distintivos de palavras graves. Se a extinção da maior parte desses é
relativamente consensual, a eliminação do acento que usávamos em “para” (verbo
parar) para evitar a confusão com a preposição “para” provoca grande “azia
intelectual”, achando muitos falantes que tal alteração não tem sentido. Esta resistência
deriva da pronúncia bem distinta das duas palavras (agora
homógrafas).
No entanto, se recuarmos no tempo e formos ler o texto do
AO45, encontramos um bom número de homógrafos heterofónicos que perderam os
seus acentos distintivos.
Vejam alguns exemplos apresentados na Base 22 do texto de
1945:
acerto (nome) - acerto (v. acertar) / cerca (nome) – cerca
(v. cercar) / colher (nome) - colher (v. colher) / doutores (nome) – doutores
(v. doutorar) / esse (determinante ou pronome) – esse (nome da letra s) / este
(determinante ou pronome) – este (ponto cardeal) / fora (advérbio, interjeição ou
nome) - fora (v. ser) / fosse (v. ser) – fosse (v. fossar) / piloto (nome)
– piloto (v. pilotar) / transtorno (nome) – transtorno (v. transtornar) / coro (nome) – coro
(v. corar).
Vosso,
ProfAP.
Aqui há um lapso:
ResponderExcluir"Esta resistência deriva da pronúncia bem distinta das duas palavras (agora homónimas)."
... (agora homógrafas)!
Obrigado, Ana!
ResponderExcluirJá corrigi ;)