Lusa
- 13/03/2013 - 11:25
Em
Macau para participar no Festival Literário – Rota das Letras, o escritor
angolano lembra que são as editoras portuguesas que querem entrar no mercado
brasileiro.
O
escritor angolano José Eduardo Agualusa defendeu esta quarta-feira, em Macau,
que Portugal tem mais a beneficiar com o novo acordo ortográfico do que o
Brasil, dado que são as editoras portuguesas que estão interessadas em entrar
no mercado brasileiro.
“As editoras brasileiras têm ainda imenso
espaço para ocupar no Brasil, não estão preocupadas nem com Portugal nem com
África, e quem está a entrar no Brasil são as editoras portuguesas. Portanto, o
acordo ortográfico, desse ponto de vista, é sobretudo benéfico para as editoras
portuguesas, não para as brasileiras, e se alguém fosse beneficiar seria
Portugal”, disse o escritor.
Durante
um encontro com alunos da Escola Portuguesa de Macau, no âmbito do Festival
Literário – Rota das Letras, Agualusa, questionado sobre a sua posição em
relação ao acordo ortográfico, disse “não ter já paciência para falar” sobre o
assunto, porque ele “não é interessante”. “Defendo uma ortografia comum”,
reiterou, considerando “não haver nenhuma vantagem em existir mais do que uma
ortografia no mesmo espaço linguístico”.
Se
houvesse, continuou, “porque não ter mais do que uma ortografia em Portugal,
por exemplo? Os alentejanos têm o seu português, os lisboetas têm o seu
português, os algarvios também, mas todos escrevem com a mesma ortografia”. O
acordo ortográfico é importante, na perspectiva de José Eduardo Agualusa, “para
países como Angola e Moçambique, que produzem poucos livros e importam mais, de
Portugal e do Brasil e, de repente, há duas ortografias no mesmo território, o
que confunde as pessoas, especialmente as que estão a chegar agora ao livro”.
“Nunca
entendi por que houve tanta celeuma em relação ao acordo, porque é uma coisa
que não interfere com a vida das pessoas”, disse, salientando que “Vasco Graça
Moura errou no dramatismo, porque o que ele dizia era que o mundo ia acabar com
a aplicação do acordo, era como um desastre global”. “Mas a verdade é que não
conheço um único caso de diarreia, ninguém passou mal porque o acordo começou a
ser aplicado”, disse.
O
acordo ortográfico “tem uma relevância muito pequena”, mas “tem importância
sobretudo para os países que importam livros”, rematou.
Data:
13/03/2013
AP
Quando leio coisas destas fico completamente chocado. Este era o discurso dominante em 2008 - mas actualmente ainda alguém acredita que o AO unificou as ortografias de Portugal e do Brasil ? Este senhor, ainda por cima escritor, acredita no que está a dizer ? E dizer que em Portugal continental existem várias ortografias espalhadas pelas diversas regiões... todas as opiniões são válidas... mas esta é tão disparatada que fico sem palavras...
ResponderExcluirPedro Oliveira Reis
O Pedro Oliveira carece de destreza na interpretação de textos. O autor em nenhum momento afirma a existência de várias ortografias em Portugal, ele apenas usou da ironia para questionar sobre a validade de duas ortografias na Língua Portuguesa...“porque não ter mais do que uma ortografia em Portugal, por exemplo?"... entendeu senhor?
ExcluirOlá Multiplicador António, Felicidade para toda sua casa!
ResponderExcluirTem e-mail para você. Abraços,
Irivan