Bagão "Governo
quis ser mais 'acordês' do que o acordo, agora é a confusão"
Após o Brasil
ter anunciado a intenção de adiar para 2016 a entrada em vigor do Acordo
Ortográfico, o ex-ministro das Finanças Bagão Félix, volta a atirar farpas ao
Governo com refinada ironia, acusando-o, num artigo de opinião publicado esta
quarta-feira no Jornal de Negócios de ser “mais ‘acordês’ do que o acordo”,
pelo que “agora está instalada a confusão”.
O responsável
considera, neste contexto, que “cá, o Governo na altura da ratificação (2008)
quis ser mais ‘acordês’ do que o acordo, tendo determinado a sua aplicação
apressada no sistema educativo e em todas as entidades públicas”. Agora,
prossegue o ex-ministro, “está instalada a confusão”. Até porque também Angola
ainda não aprovou o acordo.
Desta feita,
salienta o economista em tom crítico, “em vez de nos preocuparmos em combater a
indigência gramatical que se vai tornando a norma, acelerámos a entrada em
vigor de um acordo que empobrece a língua portuguesa optando pela unicidade da
estúpida prevalência do critério fonético” e aqui abre um parêntesis
questionando “por que razão o h não foi às malvas”.
Ao longo do texto, Bagão Félix, sempre sob o
chapéu do acordo ortográfico, procede também a alguns trocadilhos, nomeadamente
com a União (ou falta dela) Europeia, ou com o actual Executivo.
Data: 12/12/2012 Fonte:
COMENTÁRIO:
Que o Acordo é, nalgumas áreas,
uma trapalhada, é! No entanto, quando se diz que Portugal se antecipou ao Brasil...
não corresponde à verdade. O Acordo entrou em vigor em 13 de maio de 2009 em
Portugal (terminando o período de transição em 2015), enquanto no Brasil isso
aconteceu em janeiro de 2009. O que estava previsto era que o período de transição
no Brasil terminasse no primeiro dia de 2013. Contrariamente ao que defende
Bagão Félix, Portugal nunca foi mais "acordês" do que o acordo, pois
foi sempre o Brasil a liderar o processo.
Abraço.
AP
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