Embora, segundo as estatísticas oficiais, o Novo
Acordo Ortográfico altere apenas 1,6% das palavras em Portugal (0,5% no
Brasil), a hifenização sofreu alterações significativas, sobretudo nas
locuções.
A BASE XV determina que «Nas
locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen
[...].”
Tudo simples? Nem por isso… Logo a seguir, pode
ler-se: “salvo algumas exceções já consagradas pelo
uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).”
PROBLEMA 1:
Quando se diz “como é o
caso de” fica a dúvida se são apenas sete as exceções ou se há outras. Ainda não obtive resposta para esta dúvida.
PROBLEMA 2:
Enquanto a Academia
Brasileira de Letras segue à risca no seu Vocabulário esta lista de exceções, o
Portal da Língua Portuguesa regista as mesmas exceções, mas também admite, à
revelia do AO90, como variantes essas mesmas locuções sem hífen.
CONCLUSÃO:
PORTUGAL
|
BRASIL
|
água-de-colónia e…
água de Colónia!
|
Apenas água-de-colônia
|
Nota: Com a interpretação “criativa” do ILTEC, conseguiu-se esta
proeza: onde antes existia uma única grafia (pé-de-meia), há agora duas
em Portugal e uma no Brasil. A justificação dada é que sendo o paradigma “água de”
geralmente não hifenizado, devemos admitir “água de Colónia”. Mas não é uma
exceção sempre a fuga a um paradigma? Seguindo este raciocínio, todas as
exceções poderiam deixar de o ser…
|
Abraço.
ProfAP
Imagem encontrada AQUI.
Uma pequena retificação: no Brasil, água-de-colônia, com acento circunflexo.
ResponderExcluirObrigado. Já corrigi. ;)
Excluir