Mesmo os especialistas reconhecem que o uso
correto do hífen é um complicado bico de obra da nossa língua. Infernização, dizem uns; verdadeira maldição da língua portuguesa, asseguram outros!
O AO90 visava simplificar e sistematizar a
hifenização. Objetivo ambicioso, apenas parcialmente atingido, principalmente
duas razões:
1. A
redação do documento nem sempre é clara e mantiveram-se exceções, perdendo-se a
oportunidade de ir mais além na simplificação.
2. Pontualmente,
Portugal e Brasil divergiram na aplicação das regras. Por exemplo, em Portugal
escrevemos co-herdeiro, cor-de-rosa a par de cor de rosa, arco-da-velha mas também arco
da velha. No Brasil, o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras
determina coerdeiro e cor-de-rosa e arco-da-velha como grafias únicas, não registando variantes não hifenizadas.
O principal obstáculo com que me deparei na
elaboração do guia que hoje partilho foram as omissões sobre as regras do
hífen de que padecem todas as reformas ortográficas já feitas, do Formulário Ortográfico de 1911 ao AO90, passando pelo FO 43 (Brasil) e AO45
(Portugal). Para o esclarecimento de algumas dúvidas (estabelecer, por exemplo, a lista completa dos prefixos/elementos nunca seguidos de hífen), o recurso
às obras de Rebelo Gonçalves (dos anos 40 e 60), embora insuficiente, foi
imprescindível.
Foi árdua esta descida, degrau a degrau, aos
infernos do hífen, mas é com satisfação que partilho convosco esta lista
exaustiva de regras.
Para já, o documento aplica-se na íntegra a Portugal, Brasil (onde em 1/1/2016
termina a fase de transição para o AO90) e Cabo
Verde (onde terminou em outubro passado o período de transição).
Abraço e um feliz 2016 para todos os amigos e
leitores espalhados pelo mundo!
ProfAP
Imagem encontrada AQUI.
Valioso guia disponibilizado! Um presente aos estudantes e professores.
ResponderExcluirObrigado e Bom Ano Novo! ;)
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