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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Alunos podem perder 5 valores nos exames por causa do AO90?


Embora seja a minha área de formação, estou afastado há algum tempo do mundo dos exames de Português. Sempre me pareceu especulativa a informação veiculada nos meios de comunicação de que a não aplicação das regras do A90 poderia custar aos alunos a perda de 5 valores. No entanto, não tendo dados objetivos, não comentei o assunto. Quando ontem consultava o Ciberdúvidas (AQUI), encontrei um artigo que contesta o que foi divulgado.

Erros ortográficos devido ao uso da antiga grafia
chegarão no máximo a 0,5 por cento na avaliação do 12.º ano
(…) nos critérios específicos de avaliação da prova de exame em apreço estão previstos descontos por aplicação de fatores de desvalorização no domínio da correção linguística até um máximo de 40 pontos. Dependendo da natureza de cada erro (ortografia, sintaxe, morfologia, impropriedade lexical), os descontos a aplicar podem corresponder a uma desvalorização de 1 ou de 2 pontos por erro (em 200 pontos).
Por um lado, é de salientar que o erro de ortografia diz respeito a apenas um dos diversos fatores de desvalorização previstos, dando origem ao desconto de 1 ponto. Por outro lado, tomando como valor de referência 200 mil entradas do Vocabulário Ortográfico do Português (VOP), a percentagem de palavras alteradas pelo AO em Portugal é de 1,56%. Importa referir que, se entre essas palavras existem algumas com elevado índice de frequência de uso (e.g. "ato", "atual", "direto", "exato", "objeto"), a maioria são palavras de uso restrito a registos especializados (técnicos e científicos), de baixo índice de frequência.
Considerando os dados apresentados, ainda que os alunos optem por não respeitar o AO, situação para cujas consequências estão devidamente alertados, em termos médios, a probabilidade de desvalorização por erros ortográficos devido ao uso da antiga grafia é de 0,6 pontos, ou seja, 1 ponto em 200, ou seja, ainda, 0,5% da cotação total da prova (o que contrasta de forma gritante com os 25% referidos na notícia publicada pelo Diário de Notícias). (…)
O Conselho Diretivo do IAVE, I.P.,
Lisboa, 12 de março de 2015

Fica partilhado o esclarecimento. Mas aquelas contas ali mesmo no final estão um pouco atabalhoadas… E devo dizer que se as notícias divulgadas me deixaram muitas dúvidas com o cenário de descontos até 5 valores (50 pontos), as contas do IAVE que concluem que a probabilidade de descontos não vai além de 1 ponto também me parecem uma versão light. Mas é apenas uma impressão. Onde está a verdade? Aí, não tenho dúvidas: no vinho!

Abraço.
ProfAP

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