Tive a honra de tirar a foto oficial de 2013-14 dos Leigos em S. Tomé!
Da esquerda: Francisco, Patrícia, Natacha, Nuno, Andreia e Catarina.
Da esquerda: Francisco, Patrícia, Natacha, Nuno, Andreia e Catarina.
Concluída a formação na
Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do recém-criado “Mais Valia”, e tendo entrado na bolsa de voluntários do projeto, parti para S. Tomé e Príncipe, onde
fui integrado numa missão dos Leigos para o Desenvolvimento, organização que
conhecia muito superficialmente. Com as informações que recolhi no terreno,
escrevi o artigo que agora partilho.
A. Leigos para o Desenvolvimento – radiografia de uma
ONGD portuguesa
Envolvimento, Desenvolvimento
Responsável, Cooperação, Sustentabilidade
Os Leigos para o Desenvolvimento são
uma associação sem fins lucrativos, reconhecida oficialmente como uma
Organização Não Governamental de Cooperação para o Desenvolvimento (ONGD),
criada a 11 de abril de 1986.
É uma associação católica e uma obra
de inspiração Inaciana, fundada por um grupo de jovens leigos e pelo padre
António Vaz Pinto.
Atualmente
com projetos em Angola, Moçambique, Portugal e S. Tomé e Príncipe, os Leigos para
o Desenvolvimento atuam nas áreas da Educação e Formação (formal, não formal e
informal) e na Dinamização e Organização Comunitária, Empreendedorismo e
Empregabilidade, Capacitação de Agentes Locais, Promoção do Voluntariado e
Pastoral.
Baseada em
princípios metodológicos de investigação-ação, associados ao desenvolvimento
local e participativo, a atuação dos Leigos para o Desenvolvimento concretiza-se
através de jovens voluntários que permanecem no terreno pelo período mínimo de
um ano, privilegiando a relação, o conhecimento local e a simplicidade de
meios, sendo assim criada a possibilidade do desenvolvimento integral e integrado de pessoas e comunidades.
Para além do tempo de missão, dos
projetos e serviços desenvolvidos a associação é para os seus voluntários, uma
“escola” de vivência intercultural, de respeito e valorização das diferentes
culturas e de participação cívica.
Fonte privilegiada: www.leigos.org
B. Leigos para o Desenvolvimento no
terreno – S. Tomé e Príncipe
1. Missão de Porto Alegre (onde estive a trabalhar)
Identificação
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Formação
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O
que está a fazer
|
Andreia
26
anos
É
de Oeiras
É o
2º ano que está em missão, depois de um 1º ano em Benguela
|
.
Licenciatura em Estudos Africanos
.Mestrado
em
Desenvolvimento
e
Cooperação
Internacional
|
.Acompanha
dois grupos de mulheres (um trabalha na produção farinha de mandioca; o
outro, na secagem de banana), visando a sua autonomia e
autossustentabilidade.
.Está
na formação profissional.
.Dá
catequese com uma catequista local.
Pode
ler o testemunho da Andreia AQUI.
|
Nuno
31
anos
É
do Porto
|
Licenciatura
em Engenharia do Ambiente
.Pós-graduação
em Gestão Ambiental e Ordenamento do Território
|
.Acompanha
a formação de professores em contexto (ao longo do ano letivo) e trabalha com
o diretor da Escola de Porto Alegre.
.Orienta
formação: de monitores de atividades de ocupação de tempos livres; em
informática.
.Faz
o acompanhamento da equipa do centro de recursos educativos (CRE).
.Dá
catequese
Pode
ler o testemunho do Nuno AQUI.
|
Francisco
37
anos
É
do Porto
|
.Licenciatura
em História, sendo oficial de justiça
Nota: Sendo o menos
jovem dos LD em missão em S. Tomé, o Francisco tem a alcunha de “o avô”.
Quando cheguei à missão, passei a ser o “bisa” (de bisavô)…
|
.É moderador
do Grupo Comunitário que reúne várias entidades e grupos da comunidade (tarefa
ciclópica!).
. Preside à “celebração da palavra”.
Um ato em tudo idêntico à missa, mas onde não há oração eucarística (não há
consagração eucarística presidida pelo sacerdote). Este ato é o recurso
celebrativo na ausência de padre e é muito importante para a celebração
comunitária da fé.
|
Patrícia
31
anos
Ílhavo
(Aveiro)
Está
pelo 2º ano na missão de Porto Alegre
|
.Licenciatura
em Biologia
.Mestrado
em Ecologia, Biodiversidade e Gestão de Ecossistemas
.Trabalha
na área da biologia e investigação
|
.Acompanha
a gestão da creche e intervém na área da pedagogia dos funcionários e
educadoras de Porto Alegre e Vila Malanza, sendo responsável pela coordenação
da construção e abertura da nova creche de Vila Malanza.
.Faz
a gestão financeira dos Leigos para o Desenvolvimento em S. Tomé e Príncipe.
.Coordena
o trabalho do coro da igreja das comunidades católicas.
Pode
ler o testemunho da Patrícia AQUI.
|
Missão de S. Tomé (capital)
Identificação
|
Formação
|
O
que está a fazer
|
Catarina
25
anos
É
de Rabo de Peixe (S. Miguel, Açores)
É o
2º ano que está em missão, depois de um 1º ano em Porto Alegre
|
.Licenciatura
em Psicologia
.Mestrado
em Educação
|
.Está
no lançamento da coesão social (no bairro da Boa Morte).
.Trabalha
no empreendedorismo: levantamento de hipóteses no terreno de acompanhamento
de negócios já estabelecidos.
. É
a Representante dos Leigos para o Desenvolvimento em S. Tomé e Príncipe.
.
Acompanha um grupo de catequese no Bairro da Boa Morte
Pode
ler o testemunho da Catarina AQUI.
|
Natacha
30
anos
É
do Porto
|
.Licenciatura
em Farmácia
.Trabalha
numa farmácia
|
.Trabalha
com a escola do bairro da Boa Morte e com a respetiva diretora.
.Intervém
na formação de jovens e no apoio e na ocupação de tempos livres de crianças.
.
Acompanha um grupo de pastoral juvenil no Bairro da Boa Morte
Pode
ler o testemunho da Natacha AQUI.
|
C. Conclusão:
Com um clima que
não mata mas mói, à luz da vela e sem frigorífico, com escassez de recursos (a
água para beber é fervida todos os dias num panelão…), não é fácil a vida dos
membros da missão de Porto Alegre. No entanto, o que mais impressiona é a forma
generosa e pedagógica como cada um destes jovens se entrega às suas tarefas e a
visível alegria que daí resulta. O que é importante ali não são as ambições ou os
projetos individuais. O que conta mesmo é estar disponível para trabalhar para
e com o próximo.
Conhecer este grupo
de pessoas e estar a viver com elas durante um mês foi um privilégio, uma
lição! Comparado com o que recebi, o que dei no meu trabalho de voluntário foi
muito pouco. Resta-me a esperança de ter sido uma gota no oceano, pois, nas
palavras da Madre Teresa de Calcutá, “Por
vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas
o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”
Ajudar os Leigos para
o Desenvolvimento é ajudar a ajudar. Saiba o que pode fazer em http://leigos.org.
Abraço
a todos, mas com especial carinho para os meus amigos Leigos!
António
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