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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

.Vote no meu hambúrguer de batata!

Não está apetitoso?

Novo apelo aos amigos e colegas:
No passatempo da revista VISÃO, apesar do vosso apoio, o meu melão não ainda obteve votos suficientes. No entanto, na segunda fase da votação, continua a ser possível votar, até 2 de dezembro, no melão e em mais três receitas criadas e testadas cá em casa:


.Bifes de frango com pimentos vermelhos e batatas
.Carapau no pão c/ batatas gulosas
.Hambúrguer de batata c/ repolho lombardo.

Para votar, clique aqui: http://goo.gl/KT9TLh (no boletim de voto, as minhas receitas são a 3ª, 5ª, 6ª e 7ª).
Para ler as receitas, é aqui: http://goo.gl/PTvcV0

Antecipadamente, agradeço os votos e a divulgação.
Abraço forte como o queijo (de Azeitão) e doce como as tortas (também de Azeitão, claro!). Tudo regado com moscatel (dito de Setúbal, mas feito em... Azeitão!)

António Pereira
P.s. O prémio continua ser poder frequentar um workshop de culinária com a cozinheira Marta Bártolo.
 

sábado, 23 de novembro de 2013

Prova de Avaliação dos "Profes": radiografia seletiva...


Imagem encontrada AQUI.

A leitura do guião da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades desassossegou-me o espírito por várias razões.
1. Em relação ao conteúdo, não passa de uma açorda espapaçada, uma mistura de itens tipo testes PISA (aplicados a miúdos de 15 anos) com a secção lúdica dos jornais (quebra-cabeças, enigmas, etc.).
2. Quanto ao critérios de classificação, escolho três extratos do guião.
2.1. "Todas as ocorrências de um mesmo erro estão sujeitas a desvalorização."
O bom senso e as técnicas de correção aconselham precisamente o contrário: erros repetidos são contados como uma só ocorrência. Instintivamente, veio-me à memória uma passagem do "Doente Imaginário", de Molière: "Ignorantus, ignoranta, Ignorantum."
2.2. "São classificadas com zero pontos as respostas que não atinjam o nível de desempenho mais baixo ou quando se verifique uma das seguintes condições: (…)
–– mais de seis erros de sintaxe;
–– mais de dez erros inequívocos de pontuação;
–– mais de dez erros de ortografia ou de morfologia."
IMPRESSIONANTE! É caso para dizer: Que se lixe o conteúdo!
Considerando a subjetividade que lhe está subjacente, o que é um erro inequívoco de pontuação?
Respondendo a esta visão “a retalho” da produção escrita, cito Carlos Rocha, consultor do Ciberdúvidas: “Vemos, assim, que as fronteiras entre morfologia, sintaxe e semântica não são estanques. Pelo contrário, trata-se de domínios que se sobrepõem de tal maneira, que a descrição linguística e gramatical só os separa por imperativos metodológicos.
Espera-se que todos os classificadores saibam contar até dez…
3.só é considerada correta a grafia que segue o que se encontra previsto no Acordo Ortográfico de 1990, atualmente em vigor.
Não é este o critério aplicado nos exames nacionais nem a Vasco da Graça Moura ou ao juiz Rui Teixeira, estando o AO também em vigor na administração pública (desde janeiro de 2012). Mais uma vez, só há voz grossa para os professores…

Face ao “rigor”, resolvi dar uma espreitadela ao portal do governo e à DGIDC para ver como estavam a ser tratados a língua portuguesa em geral e o AO em particular. Considerando que o exemplo deve vir de cima, esperava uma aplicação irrepreensível das regras do AO90 e o respeito absoluto pela sintaxe, pontuação, ortografia e morfologia.

Aplicando os critérios a que os professores vão estar sujeitos, bastaram 20 minutos para ter assunto para este artigo.
1. Um tiro no AO:
21 de junho de 2011”, mas, duas linhas depois: “26 de Outubro de 2012”.
2. e 3. Erro “inequívoco” de pontuação e 1º tiro no AO45, ou seja, um dois em um!
Estes recursos cobrem as mais variadas áreas (...), e encontram-se à disposição para utilização de todas as escolas e professores, desde a educação pré escolar até ao ensino secundário.
*Diz Edite Prada, no Ciberdúvidas: “Na copulativa, por exemplo, se o sujeito das orações for o mesmo, não é permitida a colocação de vírgula.” Qual é o sujeito? "Estes recursos"...
*Emprega-se o hífen em (…)compostos formados com prefixos que têm acentos gráficos, como além, aquém, pós (paralelo de pos), pré” Nº 16 da BASE XXIX do AO de 1945 (não alterado pelo AO90).
4. Este até dói…
É químico, e foi professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
O sujeito de ambas as orações é o Secretário de Estado do Ensino Superior…
5. E vão quatro!
era membro do Conselho Nacional de Educação e do Conselho de Ensino Superior Militar, e coordenador do projeto Casa das Ciências, da Fundação Calouste Gulbenkian.
E o sujeito é… o Secretário de Estado do Ensino Superior!
6. Uma mão cheia!
Escreveu diversos artigos sobre ensino superior, e foi promotor de Bolonha por nomeação ministerial em 2004-2005.
Não preciso de dizer quem é o sujeito, pois não?
7. Meia dúzia!
É professor do Ensino Básico desde 1980, e está integrado no quadro do Agrupamento de Escolas Manoel de Oliveira, no Porto, desde 2006.
O sujeito mudou, mas continua a ser só um nas duas orações: o Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário…
8. Mais um tiro no AO!
pessoal não-docente
Ao contrário do que acontecia antes, devem ser escritas sem hífen sequências constituídas pelos advérbios “não” ou “quase” e outra palavra: (não agressão, não alinhado, não fumador, quase dito, etc.).
9. Mais um…
para além de dar a conhecer materiais e projectos que possam ser inspiradores e úteis.
O “c” escapou aos cortes...
10. Mais uma chumbada na asa do AO45…
bilinguísmo e mobilidade na Europa
Não há nem havia acento…
11. A concluir, um golpe de fisga no AO45!
palavras chave, título, autor, assunto, etc.
Havia e continua a haver hífen, exprimindo a unidade semântica que liga as duas palavras.

Classificação final: ze-ro!

Nota final: Um abraço solidário para todos os que foram enfiados neste barco. Pode ser que a prova caia… Basta não haver vigilantes nem classificadores. Por um lado, o ECD não contempla estas novas “funções” e, por outro, é sempre possível aderir à greve convocada para o dia da prova.

Extratos retirados de:

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

ÚLTIMA HORA: AO90 reduz "erecção" em Portugal!

Vinda do latim erectiōne-, «ação de levantar» ;), a "erecção" perdeu o "c", sofrendo um corte de cerca de 15%: EREÇÃO...
O "acto" continua a ser possível, mas reduzido a 75%: ATO.
Num ápice, menos 40% de vitalidade em apenas duas palavras. É caso para dizer que a líbido ficou a meia haste...
Abraço.
AP
P.s.: Contrariamente ao que costumo fazer nos meus "posts", desta vez não publico imagens ilustrativas...

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

.Campanha anti-Ronaldo, anti Ronaldo ou antirronaldo?

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1. A hipótese “anti Ronaldo” não é válida, uma vez que o prefixo não pode estar separado do segundo elemento. Ou aglutina ou recebe um hífen.
2. Quando lemos no nº 2 da Base XVI do AO90 que “Não se emprega, pois, o hífen (…) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se (…): antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha”, parece ganhar corpo a horripilante hipótese “antirronaldo”… Tranquilize-se o leitor já com os nervos à flor da pele e o próprio Ronaldo e passe ao parágrafo seguinte.
3. Resta-nos, assim, “anti-Ronaldo”. Embora a regra não estivesse enunciada no texto do AO45, já se escrevia assim. Com os critérios de aplicação do AO, ficou claro que hífen quando o prefixo está antes de um estrangeirismo, um nome próprio ou uma sigla, como em anti-apartheid, anti-Europa, mini-GPS.

Conclusão:
Joseph Blatter e a Pepsi são anti-Ronaldo? E nós ralados!

Abraço.
AP


sábado, 16 de novembro de 2013

.meta-história ou metaistória?

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1.       PORTUGAL
ANTES
O AO45 é omisso em relação ao assunto. Estava convencido de que a grafia em vigor era “meta-história”, pois nunca encontrei nem em dicionários nem nos documentos redigidos em português europeu disponíveis na internet a grafia “metaistória
No email que o Ciberdúvidas teve a gentileza de me enviar, Carlos Rocha deixa claro que a omissão do AO45 é colmatada por Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (1947), ao incluir "meta-" entre os prefixos que não são seguidos de hífen e que se unem aos elementos imediatos, ficando estes intactos ou sendo alterados com a supressão de “h” duplicação de “r” ou “s”, etc.
Afirma Carlos Rocha: “É, portanto, legítimo concluir que a forma mais adequada à luz do AO 45 seria "metaistória", muito embora no período de plena vigência do referido acordo possa ter-se escrito em muitas publicações a forma "meta-história".
O dicionário Priberam segue esta perspetiva com a nota “Grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990: metaistória.” Já a Infopedia reconhece apenas “meta-história”.

ATUALMENTE
Não estando “meta-” nos casos especiais de hifenização (como acontece com circum-, pan-, ex-, híper-, etc), segue a regra geral, ou seja, o nº 1 da Base XVI, alíneas a) e b), que determina que só há hífen quando “o segundo elemento começa por h” ou “o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento”.

2.       BRASIL
ANTES
O Formulário de 1943 também é omisso em relação ao assunto, mas encontrei um elevado número de documentos brasileiros na internet com a grafia “meta-história”. Seria essa a grafia oficial? Não tenho a certeza nem possuo documentos que permitam esclarecer a dúvida.

ATUALMENTE
Pelo que expliquei anteriormente, a grafia só poderia ser uma: “meta-história”. Certo? E-rra-do!
Como os dicionários brasileiros disponíveis online que consultei não registam nem “meta-história” nem “metaistória”, recorri ao VOLP da Academia Brasileira de Letras. Nenhuma das palavras acima referidas lá está, mas encontrei o adjetivo “metaistórico”, o que me leva a concluir que a grafia válida no Brasil é “metaistória”.

CONCLUSÕES:
PORTUGAL
BRASIL
ANTES (1945)
ATUALMENTE
ANTES (1943)
ATUALMENTE
metaistória
meta-história
meta-história?
metaistória
Ou seja, em Portugal temos a grafia que era utilizada no Brasil, enquanto lá se está a usar a forma que tínhamos cá. Lindo serviço!

Abraço e bom fim de semana!
AP

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Acordo ortográfico: o juiz não decide!

Conselho Superior da Magistratura diz que os juízes não podem obrigar peritos ou advogados a escrever no português pré-acordo ortográfico. Decisão de Rui Teixeira é inválida

Rui Teixeira
 
Rui Teixeira não foi o primeiro juiz a obrigar os intervenientes num julgamento a escrever no português pré-acordo ortográfico: antes dele, um magistrado de Viana do Castelo obrigou um advogado a corrigir um texto escrito em 'português atual'.
O episódio motivou uma queixa no Conselho Superior da Magistratura, que acabou por decidir que os juízes não podem, por um lado, ser obrigados a escrever segundo as regras do acordo ortográfico, mas também não podem, por outro lado, obrigar os restantes intervenientes a escrever segundo a antiga ortografia.
Esta semana, o "Público" noticiou que o juiz Rui Teixeira se recusou a aceitar um relatório do Instituto de Reinserção Social porque estava escrito no português pós-acordo. E ameaçou multar quem não escreva em português 'antigo'. Houve mais uma queixa ao Conselho Superior de Magistratura e tendo em conta a anterior decisão deste órgão parece óbvio que a decisão será considerada ilegal.
Ainda assim, os serviços do Instituto de Reinserção Social tiveram de refazer o relatório para o julgamento poder continuar.
Data: 6 de novembro de 2013

 
COMENTÁRIOS:
1. Ser juiz em causa própria (neste caso, em sentido figurado e próprio) é sempre um risco…
2. Segundo o jornal Público, em abril, o juiz Rui Teixeira escreveu que "nos tribunais, pelo menos neste [de Torres Vedras], os factos não são fatos, as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário".
Teve azar o juiz nos exemplos que foi buscar, pois só a ata pode ser uma forma do verbo atar (mas também pode ser o fruto da ateira…).
Quanto a factos e fatos, a leitura do texto do AO (com a Nota Explicativa), mostra que os factos são nossos e os fatos continuam a ser exclusivamente brasileiros.
Sobre os cágados, a ameaça que pairou sobre o acento do animal esteve na primeira versão do AO de finais dos anos oitenta, mas caiu e não consta no texto do AO90. E se tal alteração tivesse avançado (ainda bem que não foi o caso!), não seria nada de novo, uma vez que a regra que determina que todas proparoxítonas (esdrúxulas) devem ser acentuadas apenas foi introduzida em Portugal com o Formulário Ortográfico de 1911 e cerca de 20 anos mais tarde no Brasil.
3. A cereja em cima do bolo!
Há pouco (11/11/2013), no “Jornal da Noite”, na SIC, Rodrigues Guedes de Carvalho perguntou a Miguel Sousa Tavares se achava legítima a posição assumida pelo juiz. MST não respondeu à questão e aproveitou a circunstância para apresentar a lista de razões anti-AO. RGC, que também é contra o Novo Acordo, despediu-se com uma “pérola”: “Obrigado, Miguel. Na Segunda voltamos a ver-nos com letra maiúscula.” Pois é, Rodrigo. Como o juiz, também teve azar no exemplo. Os dias da semana já eram escritos com minúscula. Mudaram os meses e as estações do ano, mas não os dias da semana. Aqui fica a Base XXXIX do AO de 1945 a comprová-lo: “Emprego de maiúscula nos nomes étnicos de qualquer natureza, nos nomes do calendário (com excepção das designações vernáculas dos dias da semana, tradicionalmente escritas com minúsculas) e nos nomes de festas públicas tradicionais.

sábado, 2 de novembro de 2013

.neo-nazi, neonazi OU neo nazi?

Imagem encontrada AQUI.
 
Recebi ontem um email de um amigo a perguntar se a palavra “neo-nazi” tinha sido desfigurada (!) pelo AO.
A grafia certa é “neonazi”, mas o AO está inocente no caso, pois o hífen é e já era um intruso à margem das leis que regulam a ortografia. O meu amigo é que desfigurou a palavra ;)
Explicação:
Regra anterior:
AO de 1945, em Portugal – BASE 28 e FO* de 1943, no Brasil – BASE XIV:
Regra atual:
O AO90, na BASE XVI, simplifica a regra para Portugal e Brasil:
Emprega-se o hífen em compostos formados com os elementos de origem grega auto, neo, proto e pseudo, quando o segundo elemento começa por vogal, h, r ou s: neo-escolástico, neo-helénico, neo-republicano, neo-socialista.
O elemento neo deixou de ter um tratamento à parte e só leva hífen antes de h: neo-helénico.
ANTES: neonazi          à      DEPOIS: neonazi
*FO = Formulário Ortográfico
Abraço.
AP