SEGUIDORES

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

.Mudanças nas regras do hífen são um atraso de vida, diz a professora Darcília Simões…

Imagem encontrada AQUI.
 
Um acordo desnecessário e complicado. É assim que a professora de língua portuguesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Darcília Simões, descreve o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Um dos principais problemas criados pelo novo acordo, segundo a professora, foi a mudança das regras de uso do hífen. Para ela, essa foi a regra, justamente na qual 'eles complicaram tudo', já que tiraram alguns que existiam e criaram outros que não havia.
'Hoje em dia, ninguém mais sabe usar hífen. Do ponto de vista prático do usuário, essa reforma foi um problema. Isso está criando um atraso de vida no ambiente do falante comum e pior ficou para quem dá aula de língua portuguesa'.
Darcília diz que o novo acordo teve motivações políticas e econômicas, em vez de ter como objetivo facilitar a vida do usuário da língua. Para ele, o que houve foi um confronto de força entre Brasil e Portugal, 'cada um dizendo eu quero que você escreva como eu'.
'No final das contas, fizeram os acertos para dar nisso que deu. Há também as forças econômicas, porque você sabe que as editoras vão ganhar sempre com a republicação das obras segundo o novo acordo', lembrou.
De acordo com a professora, o 'pretenso' objetivo de também unificar a escrita dos oito países tampouco foi atingido. Entre outras coisas, as palavras com letras mudas (como 'fato' no Brasil e 'facto' em Portugal, por exemplo), segundo Darcília, continuarão sendo escritas de forma diferente nos dois países.
 
Fonte: Agência Brasil (2-09-2013)
 
 
O MEU COMENTÁRIO:
1. CONCORDO que o objetivo de unificar as escritas dos dois lados do Atlântico é utópico, embora tenha sido conseguida uma aproximação.
2. CONCORDO que há regras no Novo Acordo que são mesmo um atraso de vida!
3. Mas NÃO CONCORDO QUE:
a) As mudanças nas regras do hífen sejam um atraso de vida. Se alguma coisa positiva esta reforma tem é a clarificação e a sistematização das regras do hífen. Eram várias as situações com prefixos em que o uso ou não de hífen dependia da opinião dos linguistas consultados. Por exemplo, ninguém sabia dizer com segurança em que circunstâncias é que prefixos como MINI eram ou não seguidos de hífen. Aconselho a professora Darcília a revisitar as regras do uso do hífen no Formulário Ortográfico de 1943 (Brasil) e no Acordo Ortográfico de 1945 (Portugal). Rapidamente se dará conta das omissões (agora resolvidas de forma satisfatória pelo AO90);
b) "'Hoje em dia, ninguém mais sabe usar hífen". Como diz uma linguista brasileira, o hífen sempre foi “a maldição da língua portuguesa”. No entanto, isso advém da complexidade das regras (ou ausência delas) já em vigor antes do AO90. Quem não sabe usar o hífen hoje é porque já não dominava o assunto antes;
c) "pior ficou para quem dá aula de língua portuguesa'." Não é verdade! A sistematização e maior abrangência das regras atuais facilitam o trabalho no ensino da língua. Como docente de língua portuguesa, sempre investi em estratégias de ensino-aprendizagem da ortografia. Na minha opinião, a hifenização ficou um pouco menos complicada. Dizer o contrário poderá ser "popular", mas não é rigoroso!
ANTÓNIO PEREIRA


2 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  2. Olá, António!

    Este comentário é para o seu blogue, este sim.

    Bem, quanto ao que a nossa colega brasileira disse, eu não estou de acordo com a maior parte dos aspetos, por ela referidos.

    Quanto aos hífens, penso que, já antes, os nossos alunos não os aplicavam, o que, sinceramente, é bem mais fácil e menos grave, do que aplica-los, incorretamente.

    Agora, temos regras, então, vamos estudá-las, ensiná-las e aplica-las.

    Obrigada pelo comentário, de "um homem com alma", no "Afetos", mas também com personalidade férrea. Pois é, estamos empatados, neste aspeto, mas, por ironia do destino, ajudamos a formar cidadãos, dando-lhes conselhos, orientando-os, enfim, Educação para a Cidadania, e depois, NÓS, não praticamos nada disto. E pensamos ser civilizados! Incongruências e contradições, que, têm uma explicação, mais que óbvia.

    Nós gostamos de quem nos dá "luta" e de quem aparenta ser oposto a nós.

    Bonne semaine et allons-y.

    Un baiser, aussi, car, aujourd' hui c´est dimanche.

    À la prochainne!

    ResponderExcluir