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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Acordo Ortográfico: Receita (Uma caldeta muito especial...)

Como já sabem os que me conhecem, na cozinha ou fora dela, sou fã de receitas e acho que as há para tudo. A questão é saber se resultam ou não...
Hoje, o petisco é, para tristeza dos que já estavam a "afiar o dentinho", apenas alimento para o espírito. O grau de dificuldade é médio. Quanto ao tempo, poderão adaptar a preparação ao vosso ritmo. Para ter acesso a esta deliciosa "Caldeta de Novo Acordo Ortográfico", é só clicar AQUI!
Esperando que a iguaria seja do vosso agrado, desejo a todos um bom domingo!
AP
P.s.: Vou hoje iniciar a preparação de um licor de maçã e canela. Se resultar (o que saberei daqui a dois meses), divulgarei a receita.  

8 comentários:

  1. Ideia muito engraçada, esta de utilizar as regras do AO em forma de receita culinária.
    Apesar de os detratores tudo estarem a fazer para que o AO caia, enquanto isso não acontece, o melhor mesmo é ir aprendendo as novas regras e tentar aplicá-las. A pouco e pouco, os hábitos vão mudando e não há que dramatizar as coisas. Afinal, já passámos por outros acordos ortográficos e a língua não morreu por causa disso.
    Um abraço, caro António. E bons cozinhados.

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  2. Excelente caldeta, António, que eu já levei para o meu blogue!
    Obrigada pela partilha! Votos de excelente Domingo!

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  3. Obrigado, Anabela!
    Bom resto de domingo para si também!
    ;)

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  4. A receita parece deliciosa, António!:))
    Porém, deve ser um tanto indigesta! Pelo menos para mim, que tenho alguma alergia digestiva ao novo AO!
    E tenho receio de que algum dos hífens desaparecidos se enfie pela coroa de um dente acima! ;)
    As minúsculas dos meses também me amargam um tanto o paladar! As maiúsculas dão outro retoque, outro aveludado à caldeta...
    Beijinho e boa semana, António!
    Obrigada pela partilha do texto, que está muito bem feito. Perdão, pela partilha da receita de caldeta! :))

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    1. Bom dia , Margarida!
      Obrigado pelo comentário deixado no meu blogue relativamente à qualidade, mesmo indigesta, da caldeta. Fiz o texto com muito prazer (costumo dramatizá-lo em sessões sobre o AO) e também foi com prazer que o partilhei.
      Quanto aos hífenes perdidos, não me parece ser uma má decisão. Em muitos casos, o AO não altera a hifenização, mas faz uma sistematização das regras que era urgente fazer. Havia prefixos (como o mini e o micro) em que cada cabeça ditava a sua sentença e não havia regras claramente estabelecidas. Essa é para mim a principal vantagem do AO. O pior foi a trapalhada das maúsculas e minúsculas nos pontos cardeais e colaterais, dado que o que determina a Convenção Ortográfica de 45 em relação ao assunto é bem mais claro. Era necessário fazer este acordo como ele está? Honestamente, não sei responder à pergunta.
      Não me envolvo na polémica do contra ou a favor, pois o essencial de uma língua não é a ortografia. Importante, para mim, é a clareza, a organização, a riqueza de vocabulário e o estilo. Quando se age em da língua portuguesa, estamos a defender que língua? A de Fernão Lopes, a de Camões, a de Eça de Queirós ou a de Fernando Pessoa? Se estamos a falar da língua-ortografia, não podemos meter estes autores dentro do mesmo saco, dadas as diferenças profundas que há entre eles. Mas se a língua é a arte de usar as palavras na expressão das ideias, podemos e devemos usá-los todos como expressão do nosso amor à língua!
      Uma curiosidade: Fernando Pessoa foi totalmente contra o AO de 1911 e continuou a escrever com "ph"...
      Um beijinho também para si e bom trabalho, sobretudo com muita Alegria!
      António Pereira
      P.s.: E para qualquer dúvida sobre o AO de 90, chame o António! hehehe...

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  5. Olá
    Acho que já não tenho idade para voltar a "interiorizar" tanta coisa.
    Em minha opinião este acordo é uma "rendição" ao Brasil e louvo os países de África que o não subscreveram, com o argumento de que querem respeitar o português que lhes foi deixado por nós.

    Há dias, na RTP vi escrita a palavra "espetador". Será que eu, na minha qualidade de "espectador" terei que espetar alguma coisa no meu televisor ? LOLOL

    Abraço

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  6. Olá, Jorge!
    Obrigado pela visita e pelo comentário.
    Claro que, no uso pessoal da língua,somos livres na decidir de seguir ou não o NAO. Em 1911, no primeiro acordo que tivemos (que alterou pelo menos 10 vezes mais a língua do que o atual), vários intelectuais reagiram contra as mudanças (Teixeira de Pascoaes, Alexandre Fontes, Fernando Pessoa, entre outros). Fernando Pessoa continuou a escrever com ph...
    Gostaria, no entanto, de chamar a sua atenção para alguns detalhes:
    1. Quanto à "rendição" ao Brasil, veja o texto do Formulário Ortográfico de 1943, que foi negociado por Portugal e Brasil, mas que acabou por ser aplicado apenas pelo Brasil, e concluirá que a questão não assim tão linear.
    2. Nenhum país africano deixou de subscrever o Acordo pelas razões que indica. Pelo que sei, até 2015 as novas regras serão implementadas em todos os países da África lusófona. Em África, como no Brasil e em Portugal, há posições individuais e movimentos contra, mas não tenho conhecimento de nenhum governo que promova ou subscreva essas iniciativas.
    3. Quanto ao "espetador", tratando-se de um caso de dupla grafia, pode continuar a escrever "espectador" (como eu próprio faço).
    Se consultar o Dicionário da Academia ou Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora), verificará que já lá está registada, há uns bons anos, a pronúncia "espetador", com o segundo e aberto. Ou seja, é uma situação que nada tem a ver com o Acordo, que se limitou a consagrar na escrita duas pronúncias diferentes.
    Por outro lado, querendo ler a palavra sem abrir o e, aquele que se espeta passivamente diante do televisor não é "espetador"? lol
    Assim, Jorge, continue a escrever "espectador" e a pronunciar o c, mas não espete nada no televisor. ;)
    Abraço.
    António Pereira
    P.s.: Não defendo nem condeno o Novo Acordo. Sou apenas um utilizador crítico em relação a algumas regras. No entanto, sou totalmente a favor da sistematização das regras do hífen que foi feita e que era necessária, pois a Convenção Ortográfica de 1945 não era cabal em relação ao assunto.

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